sábado, 26 de setembro de 2015

"Não preciso de você para me dizer, eu sei que eu sou boa
Eu estou arrasando, querido, então, chame isso de crime
Yeah, podem ver, eu estou roubando meu tempo
Já disse antes que grandes garotas não choram..."
— Party People (Fergie)



Eu pensei que a tensão do fim das aulas era a que mais me irritaria em toda a minha vida. Errei feio!
A tensão que mais me irrita na vida é a da Neev com medo de não conseguir um emprego, ela é simplesmente insuportável quando fica paranoica, dá vontade de pegar aquele pescocinho branco e retorcer várias vezes.
Eu fiz a minha primeira entrevista de emprego, gostei do lugar, das pessoas, mas não sei se eu escolheria trabalhar ali. A minha segunda entrevista é na semana que vem, até lá eu tenho que sobreviver à paranoia de Neev.
Keny está tranquila, ela já estagia na empresa do pai desde que começamos a estudar juntas, ela já prometeu que conseguirá um emprego pra Neev lá, mas até agora Neev não consegue acreditar nisso.
Portanto, pensando em distrair Neev dessa loucura da vida pós-escola, Keny e eu a levaremos para uma noitada na balada, para ver se ela relaxa um pouco.
Desfilei pela casa dos meus pais com meu roupão de banho, meus cabelos estavam enrolados em bobes e minha mãe estava na cozinha, preparando o jantar pro meu pai e meu irmão, olhei bem para ela e suspirei alto, chamando a atenção dela.

— O que foi, querida? — ela perguntou sem desviar os olhos da panela no fogão.
— Vou sair com as meninas, vou passar a noite na casa de Neev, tudo bem? — murmurei docemente, minha mãe finalmente me olhou.
— O que pretendem fazer? — ela perguntou desconfiada.
— Ah, vamos à balada, descontrair Neev, depois vamos para casa — falei em um tom inocente, minha mãe riu.
— Vá contar seus planos ao seu pai, se ele deixar, por mim tanto faz — ela deu de ombros e voltou a se concentrar na panela.

Deixei a cozinha bufando e segui para a sala, aonde meu pai assistia ao noticiário da noite, ele abaixou o volume da tevê quando eu parei em frente a ele e coloquei as mãos no quadril, ele chegou a sorrir ao me ver fazer bico.

— O que há agora, doçura? — ele perguntou divertido.
— Quero sair com as garotas, o senhor deixa? — perguntei fazendo a típica carinha de inocente, ele ergueu uma sobrancelha e acenou com a mão, me incitando a dizer mais a respeito. — Vamos dar uma passada em uma balada, dançar um pouco, depois vamos dormir na casa de Neev, nada demais, papai — murmurei docemente.
— Quem vai? — ele perguntou secamente, respirei fundo e revirei os olhos, mas ele não percebeu, por sorte.
— Neev, Keny e eu, apenas.
— Leve Noah com vocês, então pode ir — ele falou sem deixar brecha para discussão, bufei irritada e concordei.
— Arr... Tanto faz... — resmunguei e deixei a sala.

Andei pelo corredor até chegar no quarto do meu irmão, bati uma vez e abri a porta, ele estava jogando vídeo-game com um amigo, Jason Phelps. Noah pausou o jogo e os dois se viraram para me olhar.

— Olá Jas — cumprimentei-o com um sorrisinho, ele balançou a cabeça e sorriu também. — Noah, papai disse que eu só posso sair com as garotas se você for junto — falei pidona, Noah revirou os olhos.
— Nem vem, Allin, não estou afim de ser babá hoje — ele reclamou, eu fiz biquinho, Jason riu, mas Noah permaneceu sério.



— Por favor, maninho. Nós vamos ser boazinhas, eu prometo. Eu até deixo você dar uma fugidinha com a Neev, ela está precisando mesmo se distrair um pouco — apelei, Jas encarou Noah como se ele fosse um animal extraterrestre. Ambos sabemos que Noah e Neev se pegam, mas não na minha frente, porque eu tenho ciúmes do meu irmão e da minha amiga. Noah coçou a nuca pensativo.



— Ah, caramba... Ligue pro irmão da Keny, se ele for Jas e eu também iremos — disse Noah, enfim se rendendo, Jas deu tapinhas no ombro dele, como se o parabenizasse por ter resistido tanto.
— Obrigada, eu amo você — falei e mandei-lhe um beijo no ar.



Em seguida deixei o quarto correndo e voltei ao meu, me joguei na cama e peguei meu celular, disquei o número de Keny rapidamente e ela atendeu depois do terceiro toque.

— Allin? O que foi? Estou me arrumando, seja rápida — ela falou apressada.
— Tem alguma possibilidade do Will ir conosco? — perguntei indecisa, Keny suspirou.
— Você só vai se o seu irmão for? — ela perguntou retoricamente, gesticulei uma concordância. — Vou tentar convencer o Will, nos vemos daqui a pouco.
— Tá bom, beijo, linda.

Desliguei e gritei na direção do quarto de Noah para que eles se arrumassem, Jas gritou algo de volta, mas eu não ouvi, pois já estava com a cara dentro do meu guarda-roupas, procurando um vestido para usar.
Uma hora depois eu já estava arrumada, maquiada e perfumada, Jason e Noah estavam há meia hora batendo na porta do meu quarto, ambos impacientes.

— É sério, Allin, se você não sair nos próximos quinze segundos nós vamos desistir — gritou Noah, pela enésima vez.
— Okay, estou pronta, maninho. Podemos ir agora — falei abrindo a porta de repente, Noah caiu para frente, mas conseguiu se equilibrar, olhei para Jas e ele ergueu as sombranchelhas ao me olhar dos pés a cabeça.



— Bem, eu devo estar arrasando para arrancar essa reação de você, em Jas — brinquei tocando o queixo dele, ele corou, mas logo se recompôs.
— Jason que é babão de nascença — provocou Noah, cutucando-o com o cotovelo.



— Cala a boca, Noah, ninguém te perguntou — resmungou Jas, devolvendo a cotovelada.
— Vamos logo, rapazes, depois vocês brigam — murmurei agarrando o braço de cada um deles e os puxando em direção à sala.

Meu pai ainda estava assistindo ao noticiário, mas agora minha mãe estava acomodada ao lado dele no sofá. Noah falou com eles que estávamos saindo e não sabíamos a que horas estaríamos de volta, meus pais acenaram e nós saímos de casa. 
Bem, com Noah eu posso sair e voltar na semana que vem. Sem Noah eu não posso nem ir à esquina. Mas que chatice!
Nós pegamos um táxi até a casa de Neev, chegando lá eu vi o carro de Will estacionado em frente à casa, o que significa que ele e Keny já estavam lá.
Will Turner é o irmão mais velho de Keny. Ele é bonito, charmoso, um pouco menos mimado que a irmã e é muito gente boa, eu o adoro.
Noah pagou o táxi e eu toquei a campainha da casa de Neev, não demorou muito para que os três aparecessem, Keny e Will vieram logo atrás de Neev, todos estavam maravilhosos, principalmente Will, porque não tem cabimento eu achar mulheres mais bonitas que homens.

— Noah! — guinchou Neev, se jogando nos braços do meu irmão, encarei os dois meio estarrecida, Jas colocou a mão no meu ombro e me ensinou como respirar para manter a calma.
— Respire fundo, querida. Assassinatos só depois de algumas doses de tequila — ele aconselhou sabiamente, me fazendo rir.
— Oi, amiga. Como vocês demoraram! — reclamou Keny, me dando um abraço rápido, Will se aproximou junto com ela.
— Baixinha! — cumprimentou Will, eu o abracei forte, ficando de costas pra Noah e Neev, que ainda conversavam em tom enamorado.
— Acho que baixinha eu estou longe de ser, ao contrário de você, em rapaz — brinquei, ele fica mais baixo que eu quando uso salto, mas ele insiste em me chamar de baixinha.
— Nos menores vidros contém os melhores perfumes, querida — ele falou galanteador, tocando meu queixo e piscando para mim, contive um sorriso deslumbrado, os olhos dele são lindos.
— Acredito em você — murmurei quando consegui encontrar minha voz novamente, ele riu.

Quando voltei minha atenção para o grupo eu percebi que todos conversavam entre si, Keny com Jas e Neev com Noah, este último estava com a garota pendurada em seu pescoço, revirei os olhos, o que causou diversão em Will.

— Ciúmes do irmão? — ele perguntou.
— Sempre. Mais do que deveria, para ser franca — confessei, não contendo uma risada. — Acho que da amiga também, por isso fico mais ciumenta que o normal quando os vejo juntos.
— Normal, eu também sinto ciúmes da minha irmãzinha — ele falou apontando para Keny com a cabeça, ele franziu a testa ao ver que ela sorriu toda faceira para Jas, que correspondia o flerte.
— É melhor nós entrarmos no carro — falei secamente, Will concordou veemente com a cabeça.
— Cambada, entrem no carro, a menos que queiram ficar — gritou Will rudemente, todos nos encararam confusos, Will desarmou o carro e eu corri para me sentar na frente com ele.

Keny ficou resmungando por ter que se espremer atrás com os outros, mas Neev se acomodou no colo de Noah e Keny conseguiu ficar confortável ao lado de Jason.
Eu liguei o rádio e Will ligou o carro, escolhi uma estação de rádio e fui cantando ao longo do caminho junto a todos, que entraram no clima e começaram a cantar comigo.
Ao chegar em frente à balada que costumamos ir, Will entregou as chaves para o manobrista e nós enfrentamos uma fila rápida para conseguir entrar. Noah e Neev logo se perderam por entre as muitas pessoas que estavam na pista de dança, Will e eu nos sentamos em uma mesa, para guardar os lugares, e Keny e Jason foram ao bar buscar bebidas.
Quando o casal retornou, Will pegou dois copos pequenos contendo um líquido com cheiro forte e colocou um dos copos na minha frente, ele pegou também um saleiro e duas rodelas de limão com eles, me entregou um pedaço de limão e sujou o dedo de sal.

— Agora, eu vou te ensinar uma coisa maravilhosa — ele falou divertido.
— Vá fundo! — concordei, aproximando o copo dos lábios, ele agarrou minha mão antes que eu bebesse.
— Vai com calma, deixe-me te explicar antes. Você toma um gole, então chupa o limão e em seguida o sal, entendeu? Vou fazer uma demonstração, puxa o cabelo para o lado — ele pediu, juntei todo o meu cabelo e joguei pro lado, deixando meu pescoço à mostra, Will sorriu maliciosamente ao passar sal no meu pescoço, encarei-o curiosa. 

Will bebeu um gole de seu copo, em seguida fez uma careta ao chupar o limão e então, rapidamente, afundou o rosto no meu pescoço, senti seus lábios contra minha pele e quase gemi ao sentir sua língua acariciar e fazer cócegas no meu pescoço, sem falar na sensação gostosa do sal arranhando minha pele e ardendo por causa da mistura de tequila e limão.

— Meu Deus — murmurei timidamente, Will riu ao ver meu rosto ficar vermelho.
— Não fique tão envergonhada, vá, faça o mesmo comigo — ele pediu e inclinou a cabeça para o lado, deixando o pescoço a minha mercê.

Sujei o dedo de sal e passei em seu pescoço, Will sorria maliciosamente e assistia os meus movimentos bem atento, encarei meu copo antes de criar coragem e beber um longo gole, rapidamente chupei o meu limão e então fiz o mesmo com o pescoço de Will, ele segurou minha nuca enquanto minha boca ainda estava em sua pele, eu o mordi levemente, apenas para provocar, ouvi sua doce risada e ele puxou minha cabeça, para então colar seus lábios nos meus.
Fiquei surpresa inicialmente, nunca imaginei que algum dia iria beijar Will Turner.
Mas quando tive consciência de seus lábios sobre os meus, eu fechei os meus olhos e deixei que ele puxasse ternamente os cabelos da minha nuca e me beijasse com vontade.
Com uma pegada rude e ao mesmo tempo doce, o beijo de Will era a melhor coisa que eu já havia provado, seu hálito fresco com gosto de limão, sua língua macia acariciando a minha, sua mão em minha nuca e a outra em minha cintura; eu tive consciência de cada pequeno movimento nosso, e fiquei completamente entregue a ele. 
Quando nossos lábios se separaram, eu o encarei estupefata, ele parecia contente e esboçava um adorável sorriso cafajeste, acabei sorrindo também, quase não contendo o impulso de pular em seus braços novamente. Mas a única coisa que eu disse foi:

— Bom, não vá se acostumando com isso — falei sarcástica e virei-me para pegar meu copo, Keny e Jas nos encaravam boquiabertos, acenei com a mão em desdém e bebi o resto do líquido que havia no meu copo.
— Bem que eu adoraria — ele falou malicioso e também bebeu o resto de sua bebida.

Droga, eu mal havia chegado e já havia beijado o irmão da minha melhor amiga! Eu havia entrado em um terreno perigoso esta noite, perigoso demais pro meu gosto.
Levantei-me disposta a manter alguma distância de Will e seus lábios hipnotizantes, então fui ao bar buscar mais bebidas, peguei um balde de cervejas Budweizer e voltei para a mesa, coloquei o balde com gelo e cervejas em cima da mesa e peguei uma das garrafas, segui para a pista de dança, mal notando que estava sendo seguida por Will.
Misturei-me a multidão, com Will em meu encalço, encontrei Noah e Neev grudados ao som da música eletrônica pulsante, mas decidi não atormentá-los, fiquei a uma distância segura com algumas pessoas me empurrando vez ou outra, até Will parar em minha frente e me dar aquele sorriso cafajeste novamente.
Mas, antes que eu estivesse nos braços de Will mais uma vez, eu senti mãos em minha cintura que me giraram com tamanha destreza ao som da música que eu tenho certeza ter parecido uma dançarina profissional.
Dei de cara com um par de olhos castanhos claros ardentes, apoiei-me no peitoral do rapaz para conseguir equilíbrio, ele continuou com as mãos em minha cintura, me guiando ao som da música pulsante, eu senti que pela primeira vez estava conseguindo dançar direito, mas era por causa daquele homem, um belo moreno, de cabelos negros e pele branca, tatuagens nos braços, sorriso cativante, que indicava perigo, mas eu ignorei o aviso implícito em seu sorriso e deixei que ele me girasse e me movesse como bem queria.
Até que me lembrei de Will, movi a cabeça, procurando ao redor, mas meu corpo continuou colado ao cara, que começou a se incomodar com a minha procura. Encontrei Will bem próximo a nós, ele estava com uma ruiva nos braços e os dois dançavam agarrados, dei de ombros e voltei minha atenção para o rapaz.
Olhei em seus olhos novamente, estávamos tão perto que eu percebi que os olhos dele eram tão claros que podiam se passar por dourado.

— Quem é você? — perguntei com a boca junto à orelha dele.
— Eu sou quem você quiser que eu seja, garotinha — ele sussurrou, minha pele ardeu e se arrepiou quando seu hálito me tocou, sua voz era grossa e melodiosa, me deixando um pouco mais derretida.
— Pois bem, eu quero que você seja você mesmo. Diga-me agora qual o seu nome — pedi, retomando a razão e concentrando-me em outra coisa que não suas mãos em minha cintura e seu hálito em minha pele.
— Joshua Mayhen, mas pode me chamar de Sr. Mayhen — ele falou secamente, me olhando fundo nos olhos, sua arrogância era palpável, indicando que eu devia conhecê-lo, mas eu não conhecia. No entanto, levantei o nariz e respondi com a mesma arrogância imposta por ele.
— Bem, eu prefiro Josh. Mas você pode me chamar de Srta. Hanks, Allin Hanks — ele abriu um sorriso sarcástico, balançou a cabeça e paramos de dançar, éramos os únicos parados no meio da pista de dança.
— Allin, se me der licença, eu vou à procura de alguma moça que respeite as minhas vontades — havia um desafio imposto em seu olhar, seu sorriso indulgente indicava que ele não estava brincando.
— Fique à vontade, Josh, não é como se você não aguentasse o tranco de ter uma mulher de verdade, você apenas prefere as patricinhas sem personalidade que fazem tudo o que você manda — falei acidamente, então sorri docemente e pisquei algumas vezes antes de virar as costas e me afastar do Sr. Todo Poderoso.

No fundo eu sabia que não me safaria tão fácil dele, o cara estava me testando, e eu fiz exatamente o que ele queria. Devolvi a sua grosseria. Aceitei o seu desafio.
Nem consegui sair da pista de dança até ele agarrar o meu pulso e me puxar para ficarmos cara a cara novamente, segurei em sua nuca por reflexo e nós ficamos muito próximos, próximos demais pro meu gosto.

— Aonde vai, garotinha? Você provocou o escorpião, agora aguente o seu veneno — ele falou sorrindo maliciosamente, puxei os cabelos de sua nuca, impedindo que ele aproximasse a boca da minha.
— Você insultou a dama, então se curve e deixe-a partir — reclamei cerrando os dentes, mas não resisti ao ver sua boquinha vermelha se entreabrir para puxar o ar.
— Boa tentativa, mas não.
— Eu realmente preciso ir agora, pode me soltar, por favor? — ordenei mais do que pedi, ele apenas sorriu e seus dedos afundaram em minha pele por cima do vestido.
— Desista, garotinha. Eu sei o que eu quero, e, nesse momento, eu quero você.






quarta-feira, 23 de setembro de 2015

"Uma gota deve ser suficiente
Garoto, você me pertence
Eu tenho a receita e se chama magia negra..."
— Black Magic (Little Mix)



O sinal tocou, sinalizando o início da minha liberdade, finalmente, depois de longos anos eu finalmente havia me livrado da bendita escola.
Neev e Keny estavam me esperando na porta de saída da escola, as duas pularam e começaram a gritar, acenando os braços para mim, corri na direção delas, esbarrando em algumas pessoas durante o caminho. Me joguei nos braços das duas e gritei de empolgação; liberdade, a doce e tão aguardada liberdade.

— Acabou! Acabou!!! — gritei animada, alguns alunos que passavam ao nosso redor sorriam e gritavam de empolgação junto conosco.
— Mal posso acreditar que nunca mais terei que quebrar a cabeça com provas surpresas, meu Deus, obrigada! — gemeu Neev.
— Vamos logo, ou nos atrasaremos para a nossa sessão, depois comemoramos por ter acabado a escola — reclamou Keny, puxando Neev e eu em direção ao estacionamento da escola.
— Ah claro, vamos lá então, estou ansiosa para saber do meu futuro — debochou Neev, deixando-se ser arrastada pela destemida Keny, que estava mais ansiosa que nós duas juntas.

As meninas e eu vinhamos conversando há semanas sobre visitarmos uma cartomante, Keny estava doida para ler a palma da mão e pesquisou loucamente até encontrar uma vidente de confiança, então marcou uma consulta para nós três, toda a minha mesada vai acabar nessa sessão, a minha última mesada, já que terei que procurar um emprego agora que terminei o ensino médio e já tenho dezoito anos.
Neev pulou no banco de trás do velho — velho não, seminovo! — Audi A4 cabriolet 2002 conversível de Keny e eu ocupei o banco de passageiro, enquanto Keny se apossou do volante, colocamos os cinto de segurança e Keny ligou o rádio antes mesmo de ligar o carro.

— Escutem, meninas, eu espero que essa ida à cartomante me sirva de alguma coisa, porque não me consola gastar 50 libras em uma consulta que não vai me ajudar em nada — falou Neev, se apoiando no espaço entre o meu banco e o de Keny para nos olhar melhor.
— Eu também espero, é a última mesada que vou receber dos meus pais, espero estar gastando bem o meu dinheiro — resmunguei, Keny acenou a mão com desdém e fez uma careta.
— Vai servir, garotas, não se preocupem!

Keny dirigiu rapidamente ao som de Calvin Harris, eu dei um jeito de segurar meus cabelos, que voavam para todos os lados descontroladamente; Neev, como não é boba, havia prendido os fios loiros dela antes que entrássemos no carro. Quando Keny estacionou  o carro eu saltei para fora e penteei meus cabelos com os dedos para tentar reverter o estado deplorável que eles haviam ficado, as duas riam enquanto viam meu desespero.

— Está ótimo, Allin, vem logo! — gritou Keny, já abrindo a porta de vidro de uma lojinha excêntrica e deserta.
— É aqui? — perguntei receosa, Neev fez uma careta de descrença.
— Sim, entra de uma vez — ordenou Keny, me empurrando para dentro da lojinha.

Dentro da loja tinha um cheiro forte de incenso, espirrei uma ou duas vezes e Keny me beliscou, como se eu fosse a culpada por estar espirrando. Neev parecia animada, ela tocou as pinturas estranhas que haviam na parede e observou atentamente as estátuas espalhadas pela sala de espera, eu me sentei no sofá beje e aguardei pacientemente enquanto Keny adentrava na lojinha à procura de alguém, Neev logo veio sentar-se ao meu lado.

— Sabe, esse lugar é estranho — cochichou Neev, olhando em volta atentamente, eu concordei com um aceno de cabeça.
— Bom, estamos fazendo isso pela Keny, aguente firme — murmurei encorajando-a, ela suspirou resignada.

Esperamos quase cinco minutos até Keny voltar a aparecer, ela trouxe consigo uma senhora de meia idade, vestida com um vestido longo e colorido, seus cabelos encaracolados estavam domados por uma bandana bem bonita, ela tinha um ar misterioso mas sorria largamente, gostei dela logo de cara.

— Olá meninas, eu me chamo Dandaya, sou a cartomante que irá atendê-las — apresentou-se a mulher, Neev e eu sorrimos.
— Conversei com a Danda e ela disse que iremos uma de cada vez, eu espero que vocês concordem que eu preciso, necessito, ir primeiro! — falou Keny, sua voz soou doce, mas Neev e eu conseguimos detectar o nervosismo e a impaciência por trás da doçura.
— Claro, sem dúvidas, estaremos esperando aqui — disse Neev, balancei a cabeça, concordando.
— Ótimo, não vamos demorar, fiquem à vontade, meninas — disse Dandaya.

Elas duas desaparecem pelo corredor e Neev respirou fundo, então se virou para mim e perguntou:

— O que você acha que ela vai nos dizer? — ela parecia nervosa, balancei a cabeça e lhe abracei desajeitadamente.
— Relaxa, provavelmente dirá que nossos pais estão ansiosos para que a gente deixe logo o ninho e vá viver a própria vida. Eu espero ao menos que ela saiba se eu irei conseguir um emprego ou não — murmurei irritada, Neev riu.
— Fala sério, Allin! Você já tem duas entrevistas agendadas, para de frescura, é óbvio que você vai conseguir um emprego — resmungou Neev. — Eu é que preciso me preocupar com isso, não tenho ideia do que vou fazer da minha vida, a única coisa certa é que preciso arrumar emprego para procurar um apartamento com vocês.

Neev, Keny e eu estamos planejando arrumar um emprego e juntarmos uma grana para conseguirmos um apartamento e morarmos juntas, acontece que nós três já estamos pra lá de prontas para sair de casa e ter nossas próprias vidas, mas não podemos nos arriscar sem antes ter certeza que podemos nos sustentar. O pai de Keny conseguiu um apartamento maravilhoso que nós três podemos arcar com as despesas, só que antes precisamos arrumar um emprego e ganhar dinheiro.

— Não se preocupe, Keny disse que vai conseguir um estágio para você na empresa do pai dela, vocês vão trabalhar juntas, olha que demais — falei contente, mas Neev não se deixou convencer.
— Não! Ela disse que ia tentar. TENTAR! — guinchou Neev. — Eu preciso de algo certo, por isso quero sair amanhã, nem que seja para conseguir entrevistas de empregos.
— Eu vou com você, se quiser, mas tem que ser depois da minha primeira entrevista, que será por volta de uma da tarde — murmurei pensativa.
— Claro, nos encontramos na cafeteria quando você acabar a entrevista — ela concordou e mordiscou a unha do dedão.
— Ótimo, agora relaxe, vamos conseguir algo de útil com essa cartomante, tenho certeza — murmurei tentando convencer mais a mim mesma que a Neev, ela balançou a cabeça, mas não parecia muito crente.

Nós aguardamos por quinze minutos. Eu já estava quase arrancando os cabelos de tanta ansiedade, as unhas de Neev já estavam completamente ruídas, mas a nossa tensão se dissipou quando vimos Keny sair radiante da sala, Dandaya a seguia com um sorrisinho adorável nos lábios, senti um calafrio quando ela piscou para mim. Então ela chamou Neev, que se levantou em um pulo e a seguiu pelo corredor. Keny sentou-se ao meu lado, ainda sorridente.

— Então, o que ela te disse? — perguntei animada e curiosa, Keny guinchou e balançou as mãos, mal se contendo de tanta animação.
— Ela disse que eu vou conseguir o que tanto almejo, quer dizer, o que eu tanto quero no momento é arrumar logo um apartamento e ir morar com você e a Neev, então eu acho que é isso — ela contou animada, eu assenti e esperei por mais. —  Ela também disse que vou passar por momentos de insegurança, mas isso logo se dissipará. Eu perguntei pela minha vida profissional e ela disse que vou concluir quase todas as minhas metas, mas que terei de abdicar de algumas coisas para conseguir outras. Bem, acho que isso já era previsto, nós sempre temos que desistir de algumas coisas para conseguirmos outras, não é? Bom, tanto faz. Ela também disse que vou conhecer um cara muito especial por meio de uma amiga íntima, por tanto se você conhece um cara legal, trate de me apresentar imediatamente — ela ordenou brincalhona, me fazendo rir.
— Ótimo, perfeito, não foi tão ruim assim, espero que comigo e com Neev seja legal também, eu sou muito paranoica com essas coisas — murmurei me recostando no sofá, Keny riu e jogou as pernas dela por cima das minhas.
— Vai dar tudo certo, não se preocupe. Tenho um bom pressentimento quanto a isso — ela falou contente, respirei fundo e concordei com a cabeça,

Neev não demorou tanto quanto Keny, mas também não voltou tão sorridente como ela, pelo contrário, ela parecia um pouco cabisbaixa. Me pus de pé imediatamente e lhe dei um beijo na bochecha antes de seguir Dandaya até a sala dela.
Dandaya fechou a porta depois que passei e apontou para um poltrona em frente uma mesa pequena de madeira, em cima da mesa havia um baralho de cartas esperando para ser manuseado e alguns ossinhos de tarô, acho que era isso, eu não sei ao certo.

— Então Allin, você pode relaxar, eu não vou prever a sua morte e se prever não contarei — ela sorriu, eu sabia que ela estava brincando, mas isso só me deixou mais tensa.
— Eu, hum... O que tenho que fazer? — perguntei timidamente, Dandaya esticou o baralho em minha direção.
— Corte aqui, querida, respire fundo e relaxe — ela disse pacientemente.

Segurei uma quantidade de cartas e entreguei para Dandaya, ela examinou as cartas, franziu a testa, mordeu o lábio e separou algumas cartas em cima da mesa, olhei atentamente enquanto ela examinava as cartas.
Eu não conseguia entender nada daquelas cartas, nem sabia o que elas queriam dizer, então eu olhei para Dandaya e tentei decifrar suas expressões, mas ela era muito neutra e calma, o que era quase um insulto à minha tensão naquele momento.

— Querida, eu estou vendo aqui que sua vida está começando a andar, digo, realmente andar! — ela falou distraidamente, fiquei mais intrigada ainda. — Vejo desafios novos chegando, decisões difíceis, devo admitir, mas você consegue lidar. É uma garota esperta.
— O que mais? — perguntei curiosa, ela sorriu docemente.
— Conseguirá deixar o ninho, que é o que você tanto quer, mas antes disso vai se apaixonar, só que às vezes o amor nasce em situações estranhas. Nada vem fácil nessa vida, criança, e você saberá disso logo. Terá de lutar pra conseguir o quer, é óbvio.
— Como assim? — perguntei assustada, ela balançou a cabeça, percebi que ela não me daria mais detalhes.
— Eu vejo muito amor no seu futuro, menina, mas isso dependerá apenas de você. Vejo também que sua insegurança, seu medo de amar, pode prejudicar sua vida amorosa. A única coisa que posso lhe dizer é que deixe tudo andar como se deve, não se reprima, deixe sua vida tomar o rumo que deve.
— Em que parte do meu futuro exatamente eu vou encontrar a pessoa certa? — perguntei curiosa, ela sorriu.
— Não existe uma data correta, depende muito das suas escolhas no presente, querida. Além do mais, saber demais do futuro pode ser prejudicial. Mas, eu garanto, antes que perceba o amor baterá a sua porta. E você tem que ter em mente que não existe uma pessoa certa, você é quem escolhe se qualquer pessoa poderá ser a que você acha certa pra você.
— E quanto ao meu emprego, vou conseguir um? — perguntei mais veemente do que pretendia, Dandaya encarou as cartas e espremeu os olhos pra enxergar melhor.
— Ah, sim. É claro que vai. Tudo está alinhado na sua vida, criança, aproveite! Se você fizer a escolha certa, sua vida será fantástica. Apenas deixe seu coração guiá-la, não tenha medo do que ele pode lhe oferecer — aconselhou a cartomante, encarei-a temerosa, começando a me perguntar qual é a escolha certa.

Deixar o meu coração me guiar nunca foi o meu ponto forte, já perdi inúmeros namorados por nunca me abrir o suficiente com eles, por nunca deixar os sentimentos me dominarem. Na verdade, sempre tive certo medo de relacionamentos, sempre tive medo de me magoar e de perder o que mais me mantém forte, a minha sensatez. O meu amor próprio é o que mais admiro nas minhas qualidades, mas às vezes ele me prejudica bastante também.

— Por hoje é só, querida. Espero tê-la ajudado — falou Dandaya, nos levantamos e eu a agradeci, ela me levou de volta até a sala de espera, onde as garotas me esperavam.

Nós pagamos à cartomante e já estávamos saindo da lojinha quando Dandaya me chamou pelo nome, eu senti os pelinhos da minha nuca se eriçarem, mas mesmo assim me virei para ela.

— Allin. Diga sim, não importa o que aconteça, diga sim. Todos merecem uma segunda chance, mesmo que nunca tenham tido a primeira, realmente.
— Como assim? — perguntei confusa, ela acenou com a mão, e eu tive que ir embora com as minhas amigas.
— Diga sim, Allin, diga sim! — zombou Neev em um tom debochado, Keny riu, mas eu continuei séria, porque eu sabia que aquilo significava algo decisivo em minha vida, mesmo que eu ainda não soubesse por quê.





segunda-feira, 21 de setembro de 2015


Allin Hanks é uma garota tranquila, não dá dor de cabeça para os pais e nem arruma confusão na rua. Ela só quer terminar a escola e sair de debaixo das asas dos pais, quer ser independente, quer ter o próprio canto e dividi-lo com as amigas.
Josh é um homem sério, responsável e muito atarefado, ele perdeu os pais precocemente e herdou não só a empresa do pai, mas também a guarda do irmão mais novo.
Na primeira vez que Josh cruza o caminho de Allin, ele a deixa com uma brecha imensa na memória e uma dúvida maior ainda. O que rolou entre eles?
Na segunda vez, Josh a recompensa com um emprego e a promessa de que fará Allin feliz, apesar de seu medo evidente de compromisso.


Nome da Fic: Black Magic
Autora: Mia Malik (Mia Melo)
Genero: One Direction, Drama, Romance.
Classificação: +14
Iniciada: 21/09/2015
Terminada: 00/00/2015
Personagens:

Allin Hanks (Erin Heatherton)
Joshua Mayhen (Zayn Malik)
Neev Hearin (Candice Swanepoel)
Keny Turner (Barbara Palvin)
Noah Hanks (Niall Horan)
Jason Phelps (Liam Payne)
Will Turner (Louis Tomlinson)
Eiden Silk (Harry Styles)





Notas da autora:
Primeiramente quero me desculpar, pois essa fic será muito curta. Como vocês sabem eu tive um pequeno problema de inspiração, portanto tive que encerrá-la no cap. 15, espero que possam me perdoar por isso.
E, pelo o que me parece, eu acho que voltei a ação, pois estou fazendo um rascunho de uma fic com o Liam e acho que vai ficar legal. Espero que eu consiga escrevê-la rsrs.
Obrigada pela paciências minhas amadas, eu amo vcs demais <3


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Mini Iminagine para Késsia Tomlinson
By: Me *-* :3 kkk



Ps.: A história é inteiramente inventada, nenhum fato relatado é verídico, então quem ler, não me julgue mal, eu não tenho nada contra a Briana e muito menos contra o bebê. É apenas uma fanfic a pedido de uma leitora.
Ps.²: O Mini a seguir contém alguns palavrões, por favor, não repitam isso em casa — kkkkkk.



Eu jurei a mim mesma que nunca, em toda a minha vida — por mais longa ou curta que ela seja —, eu brigaria por homem algum. Mas aquela piranha bem que estava merecendo uns tapas na cara.
"Mas ela está grávida, Kés, você não pode bater nessa vadia!" — repetia minha consciência diversas vezes em minha cabeça, algo que começou a me irritar faz tempo.

— Você tem sorte de estar carregando um bebê em sua barriga, sua vadia, seu não eu estouraria essa sua cara de fuinha em dois segundos — rosnei puta da vida, ela sorria ironicamente.
— Por que não esquece que eu estou grávida e vem me dar um corretivo, queridinha? Tenho certeza que é isso o que você quer faz tempo — ela ronronou divertida, meu sangue subiu a cabeça e por pouco, muito pouco mesmo, não voei em seu pescoço, respirei fundo e contive os meus impulsos irracionais.
— Porque eu não seria tão repugnante a ponto de machucar um bebê que não têm culpa de ser seu filho — rebati arrogante, ela revirou os olhos.
— Não se esqueça, meu bem, que esse bebê também é filho do seu namorado... — ela apelou, fazendo meu sangue fugir do rosto. Odeio me lembrar que ela carrega um filho do meu namorado.

Ele golpeou bem no meu ponto fraco. Foi muito baixo, mas eu não me admiro. É o que ela é, uma pessoa medíocre e baixa. Por isso eu simplesmente virei as costas e deixei ela falando sozinha, porque bastava o tanto que eu já tinha me rebaixado ao nível dela. Briana Jungwirth não merecia se quer 1% da atenção que eu já tinha dirigido a ela e suas conversinhas fiadas.
Por que diabos eu tinha ido aquele restaurante mesmo?
Eu estava com fome e eu não deveria restringir os lugares ao qual eu vou só porque posso encontrar a vadia que está grávida do Louis. Ele que se vire com as tralhas do seu passado, eu não mereço isso!
Entrei em meu carro e respirei fundo antes de ligá-lo, eu precisava me acalmar, não iria arriscar sofrer um acidente porque aquela piranha tinha me irritado, não mesmo.
Quando cheguei em casa eu percebi que ainda estava morrendo de fome e achei injusto não ter conseguido jantar por causa daquela mulherzinha, isso me deixou mais mal-humorada ainda. E Louis notou a minha irritação assim que eu cruzei a porta da frente, ele pulou do sofá e me encarou curioso, até mesmo receoso.

— Por que diabos você transou com aquela mulherzinha há três meses mesmo? — disparei furiosa, ele soltou o ar e balançou a cabeça, em um lamento silencioso.
— Me pergunto isso todos os dias, baby — ele murmurou. — O que aconteceu? — ele voltou a deitar-se no sofá e abriu os braços, esperando que eu me aconchegasse entre eles.
— Encontrei ela no restaurante. Estou morrendo de fome — resmunguei relaxando em seus braços, ele sorriu.
— Eu vou ligar pra alguma entrega rápida pra trazer comida pra gente, não se preocupe. — Ele garantiu, já sacando o celular do bolso e consultando a lista telefônica e clicando em um número, ele aguardou um pouco — Niall, pode trazer algo pra gente jantar? — ele perguntou divertido, me fazendo rir. — Valeu, bro. Até mais.

Louis voltou a guardar o celular, divertido com sua própria brincadeira. Então ele ficou sério ao voltar seu olhar para mim, e eu soube que começaria o interrogatório, me encolhi visivelmente e suspirei pesadamente. Louis e essa sua bagagem irritante.

— O que aconteceu lá? — ele perguntou, me encarando ansioso.
— Ela me provocou, eu quase me descontrolei, mas consegui manter a classe e sair de lá sem dar uns tapas na cara daquela vadia — resumi rapidamente, ele fez uma careta, ele odeia que eu a xingue na sua frente, porque ela é a mãe do filho dele.
— Eu tenho que controlar um chip rastreador nela e em você, para que as duas não se encontrem — ele resmunguei impaciente. — É incrível, se vocês fossem melhores amigas não iriam se encontrar com tanta frequência por acaso.
— Eu estou realmente cansada da sua amiguinha — reclamei levantando-me e seguindo para o quarto, Louis me seguiu.
— Ela não é minha amiguinha, você pode ir parando com isso, sabe que não rola nada entre a gente e eu te conheço, quando você começa com esses diminutivos já é ciúmes — ele tagarelou rapidamente.
— Não estou com ciúmes, Louis, estou irritada, fula da vida; eu só quero um dia normal sem que sua ex-peguete venha me atazanar! — esbravejei, ele suspirou pesadamente e colocou as mãos nos quadris. — Que droga! Eu já sei que ela está esperando um filho seu, ela não precisa me seguir pela cidade e esfregar isso na minha cara todos os dias!
— Eu vou conversar com ela, pode relaxar — ele murmurou docemente, seus olhos brilharam de divertimento, que merda, ele nem se quer respeita a minha raiva? Isso é um insulto!
— Não, você não vai conversar com aquela puta! Eu quero você há dez metros de distância dela, no mínimo! — gritei furiosa, ele não se conteve e abriu um largo sorriso, seguido de uma risada adorável.
— Ah, qual é, amor! Você sabe que vamos ter um filho juntos, não posso ficar ha dez metros dela toda vez que eu for a um médico com ela — ele falou divertido, se aproximando lentamente para tentar me abraçar, mas me desvencilhei dele rapidamente.
— Você não vai a lugar algum sozinho com ela, é sério Boo! — reclamei manhosa, ele riu.
— Tudo bem, se você estiver comigo então eu vou me sentir bem mais seguro.

Desde o começo desse circo todo que eu me sinto muito insegura em relação a Briana, ela é uma cobra que só está esperando a oportunidade perfeita para dar o bote, aliás, ela já deu!
Louis e eu estávamos juntos há 3 anos quando demos um tempo na nossa relação, o motivo principal foi a falta de tempo de ambos, ele estava em turnê com a banda e eu focada em terminar os meus estudos, então concordamos em nos dar um tempo, ficamos dois meses afastados e isso foi tempo o suficiente para ele engravidar a Briana, o que quase nos levou a um fim definitivo.
Demorei um pouco para superar a traição de Louis, por mais que estivéssemos dando um tempo, ele não tinha o direito de engravidar outra mulher, pelo amor de Deus!
No entanto, quando enfim me acostumei com a ideia do meu namorado ser pai do filho de outra, a vagabunda começou a me perseguir e esfregar na minha cara sempre que possível. Se ela pensa que eu vou deixar o Louis por causa dela, está muito enganada, a pobrezinha.
Me lembro vagamente — mentira, lembro nitidamente!!! — do nosso primeiro encontro, não fora nada legal e foi preciso Liam, Louis e Zayn juntos para me tirar de cima dela, foi realmente gratificante dar uns tapas naquela cara de fuinha, a sensação me enche de prazer até hoje.

— Ah, você deve ser a tal namoradinha do Louis. Ele te contou, querida? — perguntou Briana debochadamente, a princípio fiquei confusa, eu nunca a havia visto na vida, mas lá estava ela, jogando na minha cara o que há pouco eu sabia.
— Perdão? Quem é você? E o que quer dizer com isso? — perguntou sarcástica, ela sorriu perversamente, se divertindo com a minha falsa ignorância.
— Ah, você não sabe que é corna? — ela riu debochada, semicerrei os olhos, a olhando ameaçadoramente, esse foi o primeiro golpe e começou a me tirar do sério. — Ele não te contou que nós passamos um bom temo juntos quando ele foi a Los Angeles? Bem, eu sinto muito por você ter que saber por mim.
— Eu já sabia, meu bem — sussurrei em falsa doçura, ela sorriu mais ainda.
— Sabia, é claro?! — ela debochou, bufei impaciente. — Querida, pode dar um recado a ele por mim?
— Você mesma pode fazer isso, já que ele está na sala ao lado — resmunguei revirando os olhos, mas ela fingiu não me ouvir.
— Diga a ele que eu adorei o presente que ele me mandou na semana passada e estou louca para que ele me veja usando aquela lingerie maravilhosa — ela sibilou venenosamente, mas eu sabia que era mentira, Louis não mandara nada para aquela naja.
— Como eu disse, você mesma pode dizer isso a ele — falei rispidamente, ela sorria divertidamente, me ignorando e continuando a tagarelar sobre a lingerie maravilhosa e caríssima da Victoria's Secret que Louis mandara-lhe.
— E, meu Deus, como eu estou louca para tê-lo em minha cama novamente, céus! — ela suspirou e se abanou, meu limite estava estourando. — E você não vai se importar, não é mesmo? Afinal, corna uma vez, corna pra sempre.

E ela conseguiu me fazer chegar ao limite, eu não consegui conter o impulso, eu só me toquei do que estava fazendo quando sua cabeça já estava em minhas mãos e eu a arremessei segurando firme em seus cabelos, eu queria tacar a cabeça daquela vadia na parede até rachá-la.


Ela logo se recurou do susto e revidou a minha força, me jogando contra a parede, eu aumentei a minha agressividade enquanto ouvia gritos de advertência e passos ligeiros em nossa direção, a joguei em direção ao chão e ela caiu estatelada enquanto eu marchava em sua direção, pronta pra partir seu crânio no meio.


Mas os rapazes se aproximaram rapidamente, cortando o meu barato, e me seguraram firmemente enquanto eu gritava palavrões horríveis para aquela vagabunda imunda.


— Késsia!!! Késsia, controle-se!! — gritou Louis, tomando meu rosto entre suas mãos e me olhando nos olhos, eu consegui conter parte da minha raiva, o suficiente para não lhe dar um soco no rosto, isso era culpa dele!
— Você é um babaca, Tomlinson — esbravejei para ele, Liam e Zayn me seguraram mais forte quando eu avancei em direção a Louis —, e eu o odeio demais agora, então suma da minha frente!

Eu realmente o odiava, fiquei uma semana inteira sem olhar na cara dele, mas nós conversamos e eu preferi entender o que aconteceu e perdoá-lo, do que perdê-lo para aquela piranha.
A realidade que temos que enfrentar — juntos — agora é a de ter de aturar essa mulher, ela colocará o bebê pra fora e Louis irá pedir a guarda dele, porque uma mulher descontrolada que só quer saber de beber e se divertir não pode cuidar de uma criança; Louis está juntando provas o suficiente, ao longo dessa gravidez, de que ela continua saindo quase todas as noites para ir à balada, ela não perde por esperar.

— Amor, eu sei que é pedir demais pra você, mas você pode aguentar só um pouco mais? Por mim — ele pediu docemente, revirei os olhos e respirei fundo, tudo bem, por ele.
— Eu só quero ela fora das nossas vidas, Lou — resmunguei tristonha, ele assentiu e segurou meu rosto entre suas mãos, então depositou um beijo casto em meus lábios.
— Eu também, mas não posso abandonar o meu filho, você sabe que eu não seria capaz — ele disse, assenti e o abracei.

O meu homem sabe cumprir com o seu dever. Ele cuida do que faz e arca com as suas responsabilidades. E eu me orgulho tanto dele.






Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

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