sexta-feira, 10 de março de 2017

"Bem, vou tentar, sim, apenas um pouco mais
Para eu não perder ele para mais ninguém
Hey! Esperei por tanto tempo por alguém tão suave
Não vou perder minha chance, não, não quero perder
Se isto for um sonho não quero que ninguém me acorde..."
– Try (Janis Joplin)




Depois de uma longa e divertida noite assistindo a filmes do Adam Sandler e comendo rolinhos primavera e yakisoba com Liam e Harry, e conversando com o Zayn por telefone até adormecer, fui obrigada a acordar às 8 da manhã para sair com Harry afim de encontrar roupa para a pré-estreia de hoje à noite de seu filme.
Não reclamei por acordar cedo, afinal estava ansiosa pra sair com Harry e me preparar para hoje à noite, me arrumei toda animada e desci para tomar café com Harry e Liam.
Cumprimentei os dois e fui apresentada à cozinheira de Harry, Diana, uma mulher de meia idade de cabelos negros e pele morena, olhos castanhos enormes e cílios maiores ainda, ela aparenta estar por volta dos 30 anos e é linda. Me sentei à mesa entre os dois e logo fui servida, por Diana, de chá de hortelã e biscoitos caseiros com gotas de chocolate, estava me sentindo no céu.


– Então, vai fazer o que hoje, Liam? – perguntou Harry, levantei os olhos para Liam e ele abaixou a xícara de café.

– Vou até a gravadora, é provável que eu passe o dia inteiro lá, mas eu chego a tempo de me arrumar para ir com vocês à estreia – explicou Liam.

– Então podemos esperá-lo? – perguntou Harry, Liam assentiu. – Ótimo, nós vamos sair – Harry segurou minha mão e deu tapinhas carinhosos nela, em resposta eu mordi outro biscoito – e encontrar algo bonito para exaltar a beleza dessa garota.

– Boa ideia, estou louca para usar aqueles vestidos longos e maravilhosos que as atrizes usam em estreias – suspirei sonhadora e os rapazes riram.

– E vai. Vamos encontrar algo à sua cara – garantiu Harry, eu ri e comi outro biscoito.



Deixamos Liam comendo e enviando e-mails na companhia de Diana e fomos até a garagem escolher entre o belíssimo Range Rover Evoque branco ou a Ferrari vermelha lacradora de Harry, depois de muito insistir eu consegui convencê-lo a usarmos a Ferrari.

É inacreditável que ele tenha um Range Rover e uma Ferrari na casa de LA, e tenha um Bugatti Chiron e outro Range Rover na casa de Nova York, e um Audi R8 V10 Spyder, uma Mercedes Benz SLR-MCLaren e mais um Range Rover na casa oficial dele em Londres, esse cara tem mais carros do que eu tenho sapatos!

Quando o questionei sobre a quantidade de Range Rovers em sua posse, Harry apenas deu de ombros e disse que são carros seguros e passam facilmente pela multidão sem chamar atenção, e que são ótimos para dias em que ele quer se manter anônimo.

Coitadinho.

Somente no mundo dos multimilionários um Range Rover do ano passa despercebido. A nova geração é tão foda, mas tão foda, que vejo pessoas virando pescoços quase 360º quando passa um na rua, eu sou uma dessas pessoas.

Mas tudo bem, no mundo dos ricos um Range Rover passa despercebido pelas ruas cheias de carros caros e até mesmo raros, mas no meu mundo, um Range Rover do ano é um artigo de luxo a ser admirado, mesmo que de longe.

Se eu faço um estardalhaço danado só de ver um Range Rover, então imagine a nuvem em que eu repousei ao dar de cara – e entrar dentro – da Ferrari 612 GTO super-híper-fodástica de Harry, eu quase tive uma síncope. Juro.

Fiquei ofegante, meu coração batia tão rápido que achei que fosse saltar pela minha boca, eu apertei tanto a mão de Harry que – ele me mostrou depois – os dedos ficaram com marcas roxas. Tentei pedir civilizadamente a ele – mentira, implorei de joelhos desesperadamente – para deitar-me sobre o capô para algumas fotos, mas ele recusou veemente, alegando que eu só poderia deitar em cima de algum carro caríssimo dele se estivesse usando uma lingerie super sexy e ele usando nada, onde poderíamos transar loucamente e depois ele fumaria um cigarro enquanto eu me aninharia em seu peitoral musculoso e tatuado, tentei alegar que ele nem se quer fumava, mas ele me cortou e disse que seria um cigarro imaginário.

Depois de todo o drama – a paixão louca que senti pela Ferrari e a vontade súbita de aceitar transar com o Harry em cima dela –, nós finalmente nos acomodados no carro e colocamos os cintos de seguranças, Harry virou a chave e o motor roncou, arrepiando todos os pelos dos meus braços e me excitando completamente. Foi inevitável conter gritinhos de alegria e alguns pulinhos também. Eu parecia uma garotinha dando a primeira volta na roda-gigante com o primeiro namoradinho, estava eufórica e super, super excitada.



– Eu nunca a vi tão feliz – Harry riu e acelerou em direção à saída do condomínio.

– Eu sei, mas você também nunca me levou para dar uma volta de Ferrari – comentei divertida, a voz saindo fina de tanta animação a medida que acelerávamos na autoestrada. – Com os Range Rovers eu já me acostumei, afinal são os que vocês mais usam, inclusive o Zayn, mas fala sério, eu só ouvia boatos de Ferraris e Mercedes e Bugattis. Esse carro, devo chamá-lo assim? – perguntei retoricamente, Harry começou a responder mas eu o interrompi – Não! Essa máquina potente e absolutamente maravilhosa não chega nem aos pés de um dos Ranger Rovers, limousines e Astras que eu já vi na vida. Você vai me deixar dirigi-la? Sim, por favor, por favor, Harry. Deixei-me dirigi-la, por favor – quiquei no banco implorando e choramingando enquanto Harry gargalhava de tanto rir.

– Meu bem, você não vai tocar nessa máquina, sinto muito, mas ela é muito potente para as suas lindas e delicadas mãozinhas – ele disse e segurou a minha mão e a beijou enquanto os olhos ficavam na estrada e a outra mão no volante.

– Não! – choraminguei como uma criança, ele riu e desviou o olhar rapidamente para mim.

– Nem adianta, sou imune ao seu charminho. Se contente em ficar aí no banco do passageiro, ou seminua no capô, você escolhe – ele piscou rapidamente para mim e voltou a olhar a estrada.

– Nossa, você chega a soar bem machista quando fala assim – resmunguei e cruzei os braços, definitivamente parecia uma criança agora.

– Não é a minha intenção, estou apenas brincando, você sabe o que eu acho de pessoas machistas e não estou nem perto de ser assim – ele rebateu, ainda com um lindo sorriso brincalhão nos lábios.

– Eu sei, não falo sério. Eu sei que está brincando. Agora cale a boca e dirija, se me permite vou ligar o rádio e fingir que você é o meu chofer particular – falei fingindo falsa arrogância, Harry riu e assentiu.



Eu liguei o rádio e estiquei as minhas pernas sobre as coxas dele. Harry trocou a marchar e repousou a mão em minha canela, acariciando ternamente ao som de Closer, do The Chainsmokers e Halsey. Ele entendeu a referência, apesar de não estarmos em seu Range Rover.



“So baby pull me closer in the backseat of your Rover...” – cantarolamos juntos ao som do rádio.

– Hummm – ele gemeu e eu ri. – Me lembre de contratar um motorista para eu poder te agarrar no banco de trás do meu Rover – ele capturou uma das minhas mãos e novamente a beijou, mantendo os olhos sempre na rua.



Ri e apertei o salto da minha bota em sua coxa, como uma reprimenda, mas também uma carícia.

Estou acostumada com os flertes gratuitos de Harry, desde que nos conhecemos que flertamos descaradamente, mas sempre foi tudo uma brincadeira pouco inocente, nunca passamos de promessas pois sempre houve Liam e Zayn e, claro, Cam. Mas agora Harry acha que não há nenhum deles no caminho, apesar de haver, sim.

Sinto que apesar de toda a brincadeira e as promessas explícitas, os toques dele estão ficando mais frequentes, não é ruim, gosto do toque dele, mas não vai acontecer nada mais, não agora que eu tenho Liam de volta, ele pode não saber, mas eu sou inteiramente do Liam.

Harry estacionou o carro em uma vaga vazia em frente a uma loja da Carolina Herrera, estávamos em uma rua cheia de lojas de roupas e calçados de grife, tudo era muito caro, com toda certeza, se não me engano essa deve ser a famosa Rodeo Drive, a avenida cheia de lojas de grife. Decidi então que faria Harry comprar o vestido mais barato que encontrássemos, claro que também teria que ser bonito, eu não queria fazê-lo passar vergonha na primeira pré-estreia de seu primeiro filme, mas também não queria fazer um buraco em sua conta bancária.

Ao sairmos do carro e caminharmos de mãos dadas para dentro da loja, senti muitos olhos sobre nós, olhos e câmeras também. É óbvio que têm muitos turistas nesta parte da cidade apenas esperando para encontrar pessoas famosas, e Harry simplesmente se entregou de bandeja ao vir até aqui e ainda desfilar pela rua segurando a minha mão. Tenho certeza que foi de propósito, já que concordamos que iremos fingir ser um casal.

Fomos atendidos por mulheres altas e esguias impecavelmente arrumadas, que direcionavam sorrisos gigantescos para Harry. Muitas vezes tive que abraçá-lo, segurar sua mão, apoiar-me nele para deixar claro para elas que ele não estava ali sozinho, Harry achou tudo muito engraçado, pensando na possibilidade de eu estar com ciúmes, quando na verdade eu só queria deixar claro que não iria sair dessa história como corna, sendo namorada dele de verdade ou não.

Tivemos muito trabalho para encontrar alguma coisa, visitamos muitas lojas, fizemos uma pausa para o almoço em um restaurante lotado que precisava de reservas, mas graças ao Harry conseguimos uma mesa mais rápido do que conseguimos dizer a palavra “otorrinolaringologista”, e voltamos à busca pelo vestido perfeito logo depois de comermos.

No fim da tarde, faltando apenas 3 horas para a festa, achamos um perfeito Elie Saab com corpete de veludo que me caiu muito bem. Harry insistiu que era aquele, apesar de eu reclamar por ser muito caro, depois de muita briga e risadas arranjamos saltos e uma bolsinha que combinavam e garanto que saiu mais caro do que o apartamento que os meus pais pagavam para mim antes de eu me mudar para a casa de Cam.

Chegando em casa, cada um seguiu para seu quarto para se arrumar, antes de entrar no meu eu passei no quarto de Liam, mas ele ainda não havia chegado, então entrei no meu, tomei um banho demorado, me perfumei dos pés à cabeça, usei o secador para modelar o cabelo, me maquiei e, enfim, me vesti. Fiquei absolutamente maravilhosa, uma gata, gostosa pra caralho. O que um vestido caro e algumas horas sendo paparicada não faz com a autoestima de uma mulher, em!

Quando estava me olhando pela última vez no espelho ouvi batidas na porta, virei-me e vi Liam entrar de fininho no meu quarto, ele sorria marotamente e trazia uma caixinha preta pequena nas mãos.



– Oi, meu amor. Uau! – ele estancou ao me ver, seu queixo caído e seus olhos percorreram todo o meu corpo, não contive um sorriso e dei uma voltinha para ele ver melhor, quando meus olhos voltaram a vê-lo ele já estava a um passo de distância de mim e me abraçou, colando o corpo, muito bem vestido por um smoking feito sob medida para ele, ao meu. – Você está de tirar o fôlego, sinto uma tremenda inveja de Harry, que irá tê-la como companhia a noite inteira.

– Não precisa sentir inveja, baby, quando voltarmos eu o encontro no seu quarto e então você poderá tirar este vestido caríssimo – murmurei docemente e depositei um beijo casto em seu pescoço, deixando uma marca vermelha dos meus lábios, ele suspirou e sorriu.

– Me parece uma ótima ideia, querida – ele segurou meu queixo e me beijou docemente, em seguida se afastou o suficiente para colocar a caixinha preta de veludo entre nós. – Mas antes, quero te dar uma coisa para usar hoje à noite.

– Hummm, por favor seja um anel de brilhantes, por favor seja um anel de brilhantes – brinquei em tom de sarcasmo, ele riu e balançou a cabeça.

– Ainda não, mas quem sabe um dia – ele disse, bastante sério, o que me fez parar de sorrir e engolir em seco. Não é uma má ideia, quem sabe um dia, mas por enquanto não consigo se quer pensar em me juntar a alguém, principalmente casar. E ainda tem o fato de que ele deu um anel à outra mulher e ainda está comprometido com ela.

– Quem sabe – murmurei quando o silêncio se estendeu entre nós.

– Mas, por enquanto, quero ver você com isto – ele abriu a caixinha e sorriu, vi um colar bastante conhecido repousado sobre a almofada de algodão, olhei para o pescoço de Liam e lá estava a corrente com a segunda parte do pingente de quebra-cabeça.

– Você o guardou – suspirei comovida e ele assentiu. – Eu não acredito. Nossos colares! – rapidamente juntei o cabelo e tirei o colar que estava usando, virei-me de costas para Liam e o deixei colocar em meu pescoço a corrente de prata que ele me dera alguns anos antes, quando começamos a namorar. – É tão lindo quanto eu me lembrava – murmurei segurando o pingente, Liam terminou de prendê-lo e deslizou a mão pelos meus ombros, descendo até a minha cintura e puxando-me de encontro a ele, prendi a respiração ao senti-lo grudado a mim.

– É sim. Nós somos. Juntos somos perfeitos – ele sussurrou em meu ouvido.




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Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

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