sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

"E, querida, te amarei até termos 70 anos
E, baby, meu coração ainda vai se apaixonar como se tivéssemos 23
Penso em como as pessoas se apaixonam misteriosamente
Talvez só o toque de uma mão
Oh, eu, me apaixono por você todos os dias
E só quero dizer que estou apaixonado..."
— Thinking Out Loud (Ed Sheeran)



Quando Harry se afastou eu tive de manter a calma e tentar recuperar o fôlego, ele se inclinou para frente e se apoiou nos joelhos, como se houvesse acabado de correr uma maratona e parasse para tomar ar.

— Porra, você é a pessoa mais cega que eu já conheci na minha vida toda — falou ele, depois de longos cinco minutos.
— Não imaginei... — sussurrei chocada, por reflexo levei os dedos até os meus lábios, provavelmente vermelhos pelo ataque impiedoso de Harry.
— Preciso ir — falou se recompondo e voltando a se direcionar ao banheiro, agarrei sua mão novamente e o puxei de volta para mim, segurei seu rosto entre minhas mãos e o beijei apaixonadamente, aproveitando os poucos segundos que teria.
— Não vá, por favor, não vá! Não vá. — repeti diversas vezes, a cada vez eu lhe dava um selinho estalado e demorado.
— Eu... — murmurou de olhos fechados. — Não vou. — suspirou enfim.
— Ah, que ótimo — falei contente, ele abriu os olhos e sorriu timidamente.
— O que acabou de acontecer? — perguntou divertido, mas levemente preocupado.
— Eu induzi você a ficar — respondi beijando ao longo de seu queixo e maxilar, ele sorriu.
— Isso eu sei, mas... Sei lá... Isso tudo... — gaguejou confuso. — Somos irmãos, isso não é... Errado? — murmurou e eu afastei minha cabeça para poder olhá-lo nos olhos.
— Você acha errado? — perguntei intrigada, ele olhou-me fixamente, seus olhos brilhando.
— Não. Nada na minha vida nunca pareceu tão certo antes — falou ele, pude sentir a sinceridade transbordando de suas palavras e meu coração se derreteu por completo.
— Que ótimo, porque eu penso o mesmo — murmurei extasiada.

Harry sorriu largamente e segurou-me firme, ele me levantou e eu entrelacei minhas pernas ao redor de sua cintura, prendendo-me a ele rapidamente, ele riu e nos direcionou até a cama, então se jogou na mesma, caiando por cima de mim.

— Você não vai mais ver aquele idiota, vai? — perguntou Harry, de repente ele voltou a ficar sério.
— Ver eu até vou, mas nada vai acontecer, eu prometo — tranquilizei-o, mas ele fez uma careta mesmo assim.
— Nossos pais vão surtar se souberem o que aconteceu aqui — disse Harry, sério e pensativo.
— Eu sei, eles vão — sussurrei temerosa.
— É melhor não contarmos nada, pelo menos por enquanto — sugeriu ele.
— Sim, eu também acho — concordei distraída enquanto encarava seus lindos olhos claros, ele sorriu e se inclinou para me beijar.
— Ótimo, vamos descer e tomar café, estou com fome — murmurou ele, já se levantando.

Harry foi ao banheiro, antes de entrar ele se abaixou e recolheu as roupas que deixara cair quando me beijou, então desapareceu por alguns minutos, o bastante para que eu vestisse o meu robe e separasse uma roupa para vestir.
Quando ele saiu do banheiro, com os cabelos molhados e já de roupa trocada, eu enfiei-me lá e tomei um banho quente e rápido, em seguida vesti-me e passei uma base no rosto — a fim de esconder as olheiras de uma noite mal dormida — e um lápis preto nos olhos.
Voltei ao quarto, mas Harry havia sumido, guardei meu celular no bolso do short jeans e saí do quarto, fechando a porta atrás de mim, desci as escadas cantarolando uma música qualquer e sentindo uma paz de espírito que eu não sentia desde que vi Harry Styles pela primeira vez.
No começo, ao ver meu suposto irmão, eu pensei que deveria ser um engano, meus sentimentos se embaralharam assim que eu saí fora de casa e vi aquele lindo rapaz acompanhando o meu pai. Eu repreendia a mim mesma por ser tão idiota a ponto de me apaixonar pelo meu próprio irmão, desde o começo tentei dar ordem ao que eu sentia, mas era uma confusão grande na minha cabeça e no meu coração; tentei ouvir a minha razão várias vezes, mas sempre seguia pelo caminho mais tortuoso — ou pecaminoso — que havia, que era dar voz a esse sentimento ridículo e impossível.
Agora que eu sei que o sentimento é recíproco, sinto como se houvesse tirado o peso do céu dos meus ombros, enfim a paz e a felicidade me aquecem a alma e eu sei que, neste exato momento, eu poderia fazer chover em um deserto, pois ele gosta de mim com a mesma intensidade que eu gosto dele.
Ao chegar na cozinha, a primeira coisa que notei foi minha mãe acomodada em uma cadeira em frente a um prato de panquecas cheirosíssimas cobertas de melado, Harry estava cozinhando despreocupadamente enquanto murmurava alguma canção do momento.
Não me surpreendi por vê-lo cozinhando, afinal, sei que ele é muito bom nisso, eu me surpreendi por ver que minha mãe cedeu seu lugar em frente ao fogão para ele, eu sempre pedi para que ela me deixasse cozinhar, mas ela sempre arrumava uma desculpa para me expulsar da cozinha, pois esse é seu habitat natural, como ela mesmo diz.
Ainda boquiaberta me sentei ao lado de America Underwood. Meu Deus, é ela mesma, não foi abduzida por alienígenas e nem sofreu uma lavagem cerebral, pois ela sorriu docemente para mim e afagou meus cabelos, como sempre faz toda manhã.

— Bom dia, querida, você precisa provar essas panquecas, estão divinas — comentou mamãe, ocupando-se em cortar as panquecas e levar uma garfada à boca.
— Ah, sim, acho que vou provar, mas... Que diabos a fez ceder o fogão? — perguntei divertida, Harry riu, mas não se virou para nós.
— Ah, Harry achou que eu merecia desfrutar ao menos uma refeição sem ter de cozinhar, ele é um amor, querida, você sabe disso — explicou ela, deliciada com a comida.
— Sim, ele é, mamãe — concordei sorridente, ainda abismada com a proeza de Harry.
— Panquecas, baby? — perguntou Harry, olhando de relance para mim por cima do ombro.
— Sim, por favor, Curly — concordei tentando soar o mais natural possível, de qualquer forma mamãe está acostumada com nossas demonstrações de carinho e acha-as bem fraternais.
— Saindo... — avisou ele, colocando três panquecas no prato e colocando-o na minha frente, logo ele preparou um prato para si mesmo e se sentou ao meu lado.

Molhei minhas panquecas com calda de chocolate e fiz o mesmo com as dele, que agradeceu enquanto enchia nossas canecas de café preto com leite.
Depois do café nós conversamos por cinco minutos com minha mãe, até ela não aguentar mais e se levantar para arrumar a cozinha, minha mãe é obcecada por limpeza, odeia quando a casa está desarrumada e odeia mais ainda quando tem visita e a casa está desarrumada, felizmente Harry não é considerado mais uma visita.
Ela nos expulsou da cozinha e Harry e eu nos acomodamos no sofá da sala, joguei minhas pernas em cima das deles e assistimos a um programa legal sobre ciganos no canal TLC, se chamava Meu Grande Casamento Cigano, até que não era ruim.
Por volta das dez da manhã Niall abriu a porta da frente e entrou sem a menor cerimônia, este é outro que também não é mais considerado uma visita. Ele se jogou ao meu lado no sofá e me beijou na bochecha, em seguida bateu a mão com a do Harry, em um high-five¹ bem estranho e torto.

— Então, vão passar a manhã de preguiça? — perguntou Niall.
— É o que pretendíamos, mas algo me diz que você não vai deixar — resmungou Harry.
—Não é que esse algo está certo?! — ironizou Niall, me fazendo rir.
— Tudo bem, Nialler, o que pretende? — perguntei divertida.
— Ah, sei lá, está tendo um show básico lá na praça, como todo sábado, acho que a banda se chama With The Lights Off, vi alguns vídeos dos caras no youtube e parece ser boa, eu tinha a esperança que vocês me acompanhassem, já que os rapazes estão ocupados com toda a organização desse showzinho — tagarelou Niall, Harry gargalhou exageradamente para provocá-lo.
— De que rapazes está falando? — perguntou Harry.
— Zayn, Louis e Liam, você sabe disso — resmungou Niall ficando levemente corado.
— Nós vamos, sim, Nialler, vamos lá, quero ver essa bandinha — murmurei me levantando e puxando Harry comigo, ele gemeu contrariado.
— Não, não vamos, por favor — resmungou manhoso.
— Ah, vamos lá, Hazza, vai ser legal! — encorajou Niall.
— Arr, tudo bem, vamos lá — concordou Hazza, pondo-se de pé e passando o braço pelos meus ombros.

Harry e Niall costumam provocar um ao outro desde que se conheceram, mas eles são bons amigos, se divertem juntos e Niall talvez seja o único cara por quem Harry nunca sentiu ciúmes, agora eu realmente entendo que o que ele sentia era ciúmes e não "instinto protetor de irmão mais velho", como eu costumava pensar.
Niall nos guiou animado e ansioso até o parque, onde montaram um palco pequeno para que bandas pudessem se apresentar todo final de semana, para trazer um pouco de diversão e lazer para a cidade, foi o que o prefeito disse.
Enquanto caminhávamos lentamente pelo sol fraco até Sefton Park, um dos muitos parques municipais de Liverpool, Niall nos explicou que a banda era formada por quatro rapazes canadenses, por enquanto ainda estavam na fase de covers, portanto iriam cantar músicas aleatórias de diversos artistas do momento, achei melhor assim, pois tenho mais chances de cantar junto com eles.
Em frente ao palco havia cerca de 50 pessoas, alguns vizinhos e outros desconhecidos, a banda afinava os instrumentos no palco e pude ver os amigos de Niall — Zayn, Louis e Liam — ali perto para auxiliar os rapazes, eles são voluntários e, junto com uma grande equipe, auxiliam os musicistas que se apresentam aos finais de semana no Sefton Park. 
Harry ficou tenso ao ver Liam e abraçou-me com mais força, acariciei sua mão para tranquilizá-lo, mas não adiantou muito.
Sefton Park é um lugar lindo, agradável e relaxante, é verde, florido e tem o ar puro que todo parque deve ter, é o parque mais próximo da minha casa, portanto é o meu favorito.
Várias pessoas se acomodavam na grama verde e bonita, algumas mães colocavam seus filhos em cima de toalhas de piquenique ou mantas quentes, mas eu não havia me lembrado de trazer alguma toalha, para nossa sorte Zayn e Louis se aproximavam para cumprimentar Niall, e eles traziam uma toalha quadriculada verde de piquenique.

— Olá, que bom que vieram, trouxemos toalha para vocês — anunciou Louis, sorrindo largamente e dando um curto abraço em Niall e apertando minha mão e de Harry.
— O show vai começar em cinco minutos, depois podemos tomar um sorvete, tudo bem? — ofereceu Zayn, entregando a toalha para mim.
— Claro, vai ser ótimo — concordou Niall, olhando para Harry e eu, ambos confirmamos com um aceno de cabeça.
— Tudo bem, divirtam-se, e Mav, Liam mandou um oi — disse Louis antes de sorrir e ir embora com Zayn.
— "Liam mandou um oi" — resmungou Harry depois que eles foram embora. — Aquele babaca não vai dizer mais um 'ai' depois que eu quebrar a mandíbula dele — ameaçou Harry trincando os dentes e cerrando os punhos, fiquei chocada com o tamanho de sua raiva.
— Ei, Harry, acalme-se — pedi segurando seu rosto entre minhas mãos, desviando seu olhar do palco para mim. — Vamos ter uma manhã agradável e você tem que se controlar, por favor — murmurei decidida, ele sorriu fracamente.
— Tudo bem, vou me controlar — concordou ele, Niall nos assistia intrigado enquanto estava deitado sobre a toalha de piquenique.
— Harry, você precisa de calmantes, ou sedativos de cavalo — provocou Niall quando nos sentamos ao lado dele.
— Cala a boca, Horan — ameaçou Harry, mas agora tinha um ar divertido de um rapaz provocando o amigo.

Harry acomodou-se atrás de mim, para que eu pudesse me apoiar nele, Niall continuou deitado ao nosso lado, com as mãos atrás da cabeça para que pudesse ver o palco.
Niall nos olhou de relance e sorriu zombeteiro, provocando Harry mais uma vez ele disse:

— Cara, você é um gay.
— E por que eu sou um gay? — perguntou Harry indiferente, ocupando-se em brincar com as tirinhas do meu cardigan.
— Vocês parecem um casal, sempre pareceram, mas aí você vai e dá uma de gay, então fica na cara que são só irmãos — disse Niall, sorrindo largamente.
— E o que foi que eu fiz que dá a entender que sou gay? — perguntou Harry, agora prestando atenção em Niall.
— Com uma garota linda feito a Mavis nos seus braços, você fica ocupado em brincar com o cardigan dela? Fala sério, ou você é idiota, ou é gay — brincou Niall.
— Ou é apenas meu irmão... — murmurei divertida.
— Não estrague tudo, Mav, deixe-me deixá-lo irritado — reclamou Niall.
— Vocês dois não crescem — devaneei rindo.

Ficamos todos quietos quando finalmente um dos quatro rapazes falou no microfone, ele apresentou os companheiros, disse o nome da banda e anunciou a primeira música que iriam tocar, tentei guardar o nome de cada um deles — Brandon, Matti, Julian e Andrew —, até que eles eram atraentes.

(Apresentando os rapazes: Andrew [no piano], Julian [no baixo, ou guitarra, não sei], Brandon [vocal principal] e Matti [o becking vocal loiro].)

Aplaudi junto com todos, eles cantam bem e tem uma harmonia legal, são uma banda boa e acho que posso até acompanhá-los.
Eles cantaram mais algumas músicas, uma em especial eu achei muito boa, ela pertence à uma banda chamada 5 Seconds Of Summer e eu acho que os rapazes fizeram um bom trabalho com o cover.


(Novamente, da esquerda para direita: Julian [violão], Brandon [vocal], Andrew [baixo/guitarra, ñ sei] e Matti [vocal/tambor (sei lá o que é isso)].)


O show durou aproximadamente quarenta minutos e foi muito legal.
Os rapazes se despediram com uma reverência para o público, o que achei fofo, e se retiraram com seus instrumentos. Esperamos que o público se dispersasse e logo Louis, Liam e Zayn vinham em nossa direção.

— Sorvete agora? — propôs Zayn.
— Com certeza, vamos lá — concordou Niall.

Liam esticou a mão para mim, temerosa por causa de Harry, aceitei relutante e ele me puxou para ficar de pé, ele se inclinou para me beijar e eu virei o rosto delicadamente, ele ficou confuso, mas deixou passar e Harry logo estava em pé ao meu lado.

— Vamos logo comprar esse sorvete pro irlandês — resmungou Harry, segurando minha mão e me puxando para longe de Liam.
— Finalmente algo decente saiu da boca do cupcake — comemorou Niall, nos seguindo sorridente.

Os rapazes engataram em uma conversa divertida e descontraída, evitei veemente o olhar intrigado de Liam enquanto conversava com os rapazes.
Harry segurou minha mão possessivamente até chegarmos à sorveteria, nos sentamos em uma mesa enquanto os rapazes foram comprar sorvete, Harry se inclinou em minha direção e, quando estava perto o suficiente do meu ouvido, sussurrou:

— Eu vou acabar perdendo a paciência, por que não vamos logo embora? — falou calmamente, mas pude sentir sua irritação.



                                                    

¹- High-Five é um gesto, ou cumprimento, presente em diversas culturas, que ocorre quando duas pessoas tocam suas mãos no alto, simbolizando parceria.


Hey girls, como estão?
Bem, pra começar, obrigada pelos comentários anteriores e
novamente eu estou sem novidades rsrs 
Então, me contem as de vocês.
Comentem pra mim, pleaseee.
Amo vocês <3 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

"Só você pode acender meu coração
Sim, vou te deixar determinar o ritmo
Porque não estou pensando direito
Minha cabeça está girando, não consigo mais ver com clareza
O que você está esperando?"
— Love Me Like You Do (Ellie Goulding)




— Olá, Mav, vamos? — perguntou Liam ansioso, ele olhou para Harry e ficou mais nervoso ainda ao ver sua expressão assassina.
— Não vá, Mav, por favor — implorou Harry.
— Adeus, queridos, amo vocês — despedi-me segurando no braço de Liam e o puxando para fora, pude ouvir minha mãe rir.

Quando já estávamos na segurança de seu carro, Liam suspirou aliviado e sorriu.
Encarei-o divertida e segurei sua mão, tentando tranquilizá-lo, ele sorriu e apertou a minha mão.

— Pensei que ele ia me matar somente com o olhar, afinal, quem era? — perguntou ele.
— Ele é o Harry, meu meio-irmão mais velho — respondi divertida.
— Ah, uau! Então não tenho com o que me preocupar, tenho? — ele parecia achar graça, ainda bem.
— Ah... — murmurei pensativa, essa é uma boa pergunta. — Não, não tem.
— Ótimo, vamos então.

Liam ligou o carro e o rádio ligou automaticamente, levamos mais ou menos dez minutos conversando e rindo até que Liam parasse o carro em frente a um restaurante, Chin Bler, não consegui distinguir que tipo de comida eles serviam ali, mas logo Liam esclareceu minhas dúvidas.

— Você gosta de comida japonesa? — perguntou desconfortável, ele jogou as chaves para o manobrista e esticou a mão para mim.
— Bom... — murmurei fazendo uma careta, segurei sua mão e ele nos guiou em direção à entrada do restaurante.
— É, eu também não — confessou ele.
— Então por que estamos aqui? — perguntei rindo.
— Porque esse restaurante é dos meus pais — respondeu ele fazendo uma careta de tédio, ambos rimos e entramos no refinado estabelecimento.
— Sr. Payne, bem-vindo. Senhorita. — cumprimentou-nos a recepcionista.
— Olá, Fleur, nossa mesa está pronta? — perguntou Liam, assumindo uma postura eficiente.
— Claro, senhor, me acompanhem, por favor — murmurou a jovem.

Seguimos a recepcionista até uma mesa para dois, junto à vidraça enorme que dava vista para a rua, Liam foi um cavalheiro ao puxar a cadeira para mim, depois que agradeci, ele se sentou à minha frente e sorriu para mim; Fleur nos entregou os cardápios e se retirou discretamente.
Quando o garçom veio retirar nossos pedidos eu passei a palavra para Liam, que prometeu pedir algo que não fosse cru, ou peixe, o que me fez rir em descrença.

— De entrada vamos querer Harumaki, por favor, e de prato principal queremos Yaikitori, obrigado — falou Liam, o garçom assentiu e anotou em um aparelho que parecia um celular.
— Claro, senhor, com licença.

Ele se retirou e encarei Liam cética, ele riu e segurou minha mão por cima da mesa.

— O que você pediu? — perguntei, ele riu novamente.
— Rolinhos primavera e frango grelhado, acho que isso serve como aperitivo, depois vou te levar para comer o melhor cachorro-quente do mundo, bem longe daqui — murmurou animado.
— Isso parece tentador — concordei comovida com sua animação.
— Acredite, é... — ele deixou sua frase suspensa ao ver uma elegante mulher se aproximar de nossa mesa, ela sorriu friamente enquanto me observava e voltou sua atenção para Liam.
— Querido, você veio — falou ela, a voz esganiçada e alta.
— Sim, mamãe, eu disse que viria — respondeu Liam, se levantando e dando dois beijos no rosto dela, levantei-me junto com ele por educação. — Esta é Mavis, e Mav, esta é minha mãe, Karen.
— Muito prazer, senhora Payne, o seu restaurante é absolutamente majestoso — falei docemente, o sorriso dela se tornou um pouco menos frio.
— Ah, igualmente, e obrigada, querida.
— Não vamos demorar muito, mamãe — murmurou Liam, voltando a se sentar e indicando que eu fizesse o mesmo.
— Fiquem à vontade, não precisam ter pressa — falou Karen. — Eu tenho que ir agora, coloquem o jantar de vocês na minha conta, okay? Até mais.

Karen deu um beijo na bochecha do filho, acenou discretamente para mim e logo desapareceu entre diversas mesas. Liam fechou os olhos com força e balançou a cabeça, tive que rir da sua expressão sofredora.

— Sua mãe parece ser uma pessoa bem agradável — falei sorridente, ele riu.
— Ah, claro, em comparação ao Godzilla, claro — disse sarcástico, me fazendo rir.
— Sarcasmo é a forma mais baixa de humor, Liam — alertei em tom brincalhão.
— Eu não tenho uma resposta para isso, Mavis — divertiu-se ele.

Os pedidos que Liam fez não eram ruins, pelo menos não eram peixes ou frutos do mar crus, quando terminamos de comer, mais que rapidamente ele se pôs de pé e me convidou a comer o melhor cachorro-quente do mundo, não exitei, coloquei minha mão sobre a dele e seguimos para a rua.
Não pegamos o carro, Liam me guiou rua abaixo, viramos a esquina e eu pude ver uma barraquinha sobre rodas, a placa em neon dizia "Hot-Dog", Liam parecia animado em dividir comigo essa sua adoração por cachorro-quente.

— Olá, Frank — cumprimentou Liam, ao chegarmos na barraquinha e um grandalhão moreno e bonito sorrir para nós. — Dois no capricho, por favor.
— Pode deixar, meu chapa — concordou o simpático rapaz.

Ele se virou para preparar nosso lanche e Liam, ainda segurando minha mão, conduziu-me até uma mesa pequena com duas cadeiras acompanhando-a, ele puxou a cadeira para mim e, quando me viu acomodada, sentou-se à minha frente.
Olhei-o por algum tempo, estudando seus olhos castanhos intensos, admirando seu lindo sorriso tímido e memorizando cada pequeno traço bem delineado de seu rosto, ele é tão lindo.
Por sua vez, Liam também olhou-me atentamente, sempre esboçando um lindo sorriso, então, quando se viu farto de me olhar, ele esticou a mão e acariciou minha bochecha ternamente, nesse minuto eu pensei que ele se inclinaria e me beijaria, não precisaria de muito para que isso acontecesse, mas ele não o fez.
Liam voltou sua mão para a minha e entrelaçou nossos dedos, olhando-os vagamente e notando o quanto os seus dedos eram maiores que o meu.

— Meus amigos estavam morrendo de inveja por eu conseguir te fazer aceitar o meu convite — sussurrou de repente, ainda olhando nossos dedos, então, lentamente, ele desviou seu olhar de encontro ao meu. — Mas, por um lado, eu não me achei tão sortudo assim, porque eu sabia que seu irmão estava na cidade, e todo o tempo imaginei estar caminhando até a minha sentença de morte, pois sei o quanto Harry Styles tem ciúmes de sua irmã — confessou e sorriu timidamente.
— Não é para tanto, meu irmão é legal, ele apenas não gosta que eu saia com qualquer um, ele diz que tenho que encontrar o cara certo — murmurei tentando descontraí-lo.
— Ele está certo — concordou Liam. — Mas eu não acho que você saia com qualquer um, só sei de um cara com quem você já saiu alguma vez, mas não sei se ele conta, pois é se amigo, Niall Horan — falou ele.
— Sim, eu saio muito com o Niall, ele é um bom amigo e atura o Harry e seu ciúme excessivo — brinquei e ri da piada pessoal que Niall e eu usamos para irritar o Harry.

O rapaz alto e moreno, Frank, se aproximou para nos entregar nossos pedidos, agradecemos e ele voltou para o trailer.
Encarei a caixinha com um grande hot-dog dentro e meu estômago roncou, olhei de relance para Liam e ele estava olhando-me sorridente, me induzindo com o olhar a provar o cachorro quente.
Peguei um guardanapo e com um cuidado excessivo peguei o cachorro-quente, a primeira mordida não foi nada demais, mas quando comecei a mastigar foi como ir ao céu e voltar, ele tinha razão, aquele ele era o melhor cachorro-quente do mundo.
Arregalei os olhos para ele e o mesmo riu largamente, contente consigo mesmo por ter me mostrado algo tão — realmente — bom.

— E então? — perguntou ele, depois que mordeu um grande pedaço de seu cachorro-quente.
— Isso é maravilhoso, caramba! Você tem razão — murmurei impressionada, ele riu e mostrou dois dedos para o Frank, ele logo nos trouxe duas garrafas de cerveja.
— Você poderia ser preso por isso — murmurei divertida enquanto assistia Liam abrir as cervejas.
— Eu poderia? Por quê? — perguntou esboçando um lindo sorriso sarcástico.
— Dando bebida alcoólica para uma menor de idade, isso não é uma coisa sensata a se fazer, sr. Payne — murmurei pegando uma das garrafas e virando-a, bebendo três goles seguidos, Liam riu enquanto me olhava.
— Parece que essa menor de idade tem muita prática em beber, manteremos isso em segredo, tudo bem? — propôs ele.
— Um segredinho nosso, tudo bem! — concordei.

Conversamos enquanto comíamos e bebíamos, Liam era divertido e carismático, sem falar em o quão fofo ele era. Faz tanto tempo que não saio com alguém que até me surpreendi por ser algo tão legal de se fazer, Liam cuidou para que tudo desse certo e fosse legal.
Na volta para pegarmos o carro no restaurante ele segurou minha mão e a beijou castamente enquanto andávamos tranquilamente pela rua.
Às 10 em ponto ele me deixou em frente de casa, saímos do carro e nos encostamos no mesmo, ambos quietos, mas sorridentes, vi a cortina da sala se mexer e percebi que alguém estava nos vendo, vi os cabelos ruivos da minha mãe e me tranquilizei.
Despedi-me rapidamente de Liam e, com agilidade ele me roubou um beijo, antes de me deixar partir. Acenei uma última vez ao entrar em casa e vi minha mãe na sala, ela sorriu e voltou a se sentar no sofá, como se nada tivesse acontecido.

— Querida? — chamou mamãe de repente, quando eu já estava subindo às escadas.
— Sim mãe?
— Quantos anos tem esse rapaz?
— Vinte e três, mãe. — Murmurei insegura.
— Ele é velho, querida, você ainda nem tem dezenove.
— Eu sei, mas ele é um cara legal — suspirei exasperada.
— Espero que sim — falou ela.

Esperei alguns segundos, então subi as escadas de fininho, entrei no meu quarto e me assustei ao ver Harry sentado na ponta da cama, ele estava sério e rabugento, como quando eu saí.

— Olá, meu amor — cumprimentei animada.
— Oi, Mav — respondeu secamente.

Tirei os sapatos e os joguei perto da poltrona junto com meu casaco e minha bolsa, virei-me de costas para Harry e ele abriu o zíper do meu vestido, peguei meu roupão de seda preto e o vesti antes de tirar o vestido. Arrumei minhas coisas e enfim parei em frente ao Harry, cruzei os braços e lancei-lhe um olhar glacial.

— Você não pode ficar feliz por mim nem ao menos uma vez? Minha noite foi incrível e eu gostaria que, quando chegasse em casa, o meu irmão pudesse dizer algo do tipo: "Ei, legal ter encontrado um cara bacana, estou feliz por você." — resmunguei imitando a voz grossa de Harry, ele achou graça, mas não sorriu.
— Ele não é um cara legal, é um babaca velho demais pra você — reclamou ele.
— Como sabe a idade dele? — perguntei intrigada.
— Ouvi você dizendo para sua mãe — falou indiferente.
— Sim, ele é velho, mas não é um vovô ou tem idade para ser meu pai, pelo amor de Deus, são só uns quatro anos e meio, não é nada demais — murmurei exasperada e me joguei na cama ao lado dele.
— Não acho que ele seja o cara certo — falou Harry, fixando seu olhar em mim.
— Não sei se algum dia encontrarei alguém que parece ser certo pra você — sussurrei, ele fechou os olhos com força e sorriu friamente.
— Você sempre diz isso, mas talvez devesse procurar um pouquinho mais, ao invés de ficar me dizendo que é impossível encontrar alguém que eu aprove — falou ele.
— Mas é impossível! — insisti.
— Não é, acredite, você já encontrou. Só não sei se isso é certo — falou de repente, os olhos dele brilharam tão intensamente que me causou um arrepio por todo o corpo.
— Não sei de quem você está falando — sussurrei confusa.
— Vamos dormir, vamos...

Ele rapidamente puxou as cobertas e se enfiou embaixo delas, virou-se de costas para mim e então a conversa acabou, ele novamente me deixou confusa e muito intrigada.
Resmunguei exasperada e apaguei a luz do abajur, caminhei até meu guarda-roupas e peguei a camisola curta de seda que acompanha o meu robe, desamarrei esse último e o deixei cair no chão enquanto eu vestia a camisola, em seguida recolhi o robe e o pendurei no cabide, voltei para a cama e me escondi embaixo da coberta, virei-me de lado e olhei a nuca de Harry, seus cabelos longos e castanhos, sua respiração rápida e ritmada, tive de me controlar para não tocá-lo, ou abraçá-lo.

♫♫♫

Acordei pela manhã com Harry se mexendo na cama, abri os olhos lentamente e vi ele sentado de costas para mim, a cabeça baixa e as mãos esfregando o rosto, chamei-o baixinho para que voltasse para a cama, mas ele me ignorou e seguiu para o banheiro.
Me sentei alarmada e encarei a porta que acabara de se fechar, ele está bravo mesmo? 
Bem... Ele não me respondeu, isso raramente acontece.
Puxei minhas pernas para cima e as abracei, repousei minha cabeça nos joelhos e continuei olhando a porta pela qual Harry acabara de passar, ele está magoado, mesmo sem nenhum motivo específico, sinto como se a culpada por isso fosse eu.
Ele enfim saiu do banheiro, já havia vestido uma camiseta e continuava com uma calça de moletom cinza, estava sério e não olhou-me nem por um segundo, respirei fundo, tentando controlar a vontade iminente de chorar.

— O que há, Curly? — Murmurei desolada, ele continuou andando pelo quarto, arrumando suas coisas. — Você não vai embora, vai?
— Vou — respondeu secamente, me sentei ereta na cama e o encarei com os olhos cheios de lágrimas.
— Não vá! — pedi chorosa, ele continuou enfiando coisas dentro da mochila. — Por que está assim comigo, o que eu fiz?
— Nada, você não fez nada — ironizou ele. — Você não saiu com um babaca, não o beijou, não deixou que ele segurasse sua mão, nem te abraçasse, você me escutou e entendeu o quanto essa merda me magoa, por isso você não saiu com ele, não é Mavis? — gritou irritado, o sarcasmo palpável em sua voz, assim como a irritação e a mágoa.
— Não pensei que você fosse ficar tão irritado se eu saísse com ele, caramba, você é meu irmão, sei que deve me proteger, mas não acha que está paranoico demais? — murmurei assustada, ele fechou os olhos com força, como se tentasse se controlar.
— Seu irmão, porra, eu sou seu irmão! — gritou ele, mas não sei se para si mesmo ou para mim.
— Harry, o que está acontecendo? Por que está tão bravo? Fala comigo, por favor — implorei desolada.
— Eu não vou falar merda nenhuma, preciso ir embora — falou estressado.
— Não, Hazza, por favor — implorei pulando da cama e segurando seu braço antes que ele voltasse ao banheiro. — Te proíbo de ir embora sem antes me explicar que merda tá ac...

Fui interrompida por algo surreal, algo que eu imaginei nunca acontecer, Harry virou-se de repente e, com uma pegada forte e sedenta, ele imprensou-me contra a parede e me beijou.
Tentei manter seu ritmo, seus lábios macios reivindicavam os meus com uma voracidade nunca antes dita ou compartilhada, senti seu desejo forte e pulsante assim como o meu e acariciei seus cabelos, abracei seu pescoço, o puxando para mais perto de mim.


Quando Harry se afastou eu tive de manter a calma e tentar recuperar o fôlego, ele se inclinou para frente e se apoiou nos joelhos, como se houvesse acabado de correr uma maratona e parasse para tomar ar.

— Porra, você é a pessoa mais cega que eu já conheci na minha vida toda — falou ele, depois de longos cinco minutos.



Hey girls,
tudo bem? Espero que sim.
Não tenho o que falar hoje rsrs
Apenas obrigada pelos comentários e
comentem mais pra mim, por favor!
Amo vocês divas <3



sábado, 24 de janeiro de 2015

"Hoje eu vou sair para encontrar o amor
Espero a tanto tempo e ainda não rolou
O vento diz que é hoje em meio à multidão..."
— Me encontra (Charlie Brown Jr.)





          A escuridão do quarto foi interrompida de repente por uma luz cegante e irritante, tive de me controlar para não saltar da cama e pular no pescoço de quem quer que tivesse aberto as cortinas.

— Mas que... Quem diabos abriu essa... Arr — resmunguei irritada, abri um olho e olhei em volta no quarto, assustei-me quando alguém pulou de repente no meu campo de visão.
— Acorda sua dorminhoca, me admira que você só me veja duas semanas por mês e mesmo assim ainda não ligue quando venho te ver — fingiu-se de ofendido Harry.
— Hazza!! — Gritei pulando da cama direto nos braços do meu meio-irmão mais velho.
— Ah, sim. Eu gosto mais dessa recepção — brincou Harry.
— Eu pensei que só te veria a tarde — murmurei ainda agarrada a ele, com as pernas entrelaçadas em volta de sua cintura e os braços ao redor de seu pescoço, ele riu, mas continuou segurando-me pelas coxas, para que eu não caísse.
— Saí de casa pela madrugada só para te ver o quanto antes, espero não ter de decepcionado, se quiser eu volta mais tarde — provocou Harry, dei um tapa em seu ombro e me afastei o suficiente para olhá-lo nos olhos.
— Você é um grandessíssimo idiota — brinquei.
— E você é muitíssimo gostosa — revidou fazendo-me corar, dei-lhe outro tapa e o mesmo me jogou na cama, gritei quando ele caiu em cima de mim, me esmagando contra o colchão.

Harry e eu nos conhecemos há quase três anos, que foi quando nosso pai revelou a existência de um para o outro, desde então somos inseparáveis.
Harry e eu nos revesamos para visitar um ao outro duas vezes por mês, passando então duas semanas ou mais juntos, geralmente passamos o mês inteiro juntos, principalmente agora que ambos terminamos o colégio e temos mais tempo livre que o normal.
Harry e eu passamos três semanas juntos, então ele teve de ir para casa ajudar a mãe com alguns problemas, mas voltou agora para passarmos o fim de semana juntos, por insistência dele, já que eu preferia ficar sozinha.
Na verdade eu aproveitaria o fim de semana sem ele para encontrar um 'amigo', mas Harry se negou veemente a me deixar sozinha com um desconhecido, então ele decidiu vir me acompanhar.

— Vamos passar o dia na cama? Podemos ficar aqui e dormir, assistir, comer, ou sei lá — propôs Harry, mas eu sei que ele não quer que eu saia com o Liam, por isso está fazendo essa proposta tentadora.
— Não, Harry! Eu te falei que ia sair hoje, por isso nem venha tentar me fazer mudar de ideia — reclamei me contorcendo e saindo de debaixo dele, ajoelhei-me na cama, mas ele me segurou pelo pulso.
— Não vá, maninha, não me deixe! — choramingou Harry dramaticamente.
— Deixa de ser bobo, Harold.
— Não me deixe por um babaca que você nem conhece — resmungou e puxou-me de encontro a ele, o estapeei para que me soltasse, mas ele me agarrou com força e me puxou para deitar ao lado dele.

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— Não seja ridículo, Harry, eu vou sair com ele sim — insisti tentando me soltar de seus braços fortes e grudentos, mas ele começou a me fazer cócegas e logo ambos começamos a rir.
— Por quê? — perguntou, de repente ficando sério e esperando minha resposta.
— Porque faz tempo que eu não saio com um cara legal, quero satisfazer minhas necessidades, baby — brinquei mexendo o quadril ao ritmo de uma música imaginária, sabendo o quanto Harry fica bravo com qualquer menção a namorados.
— Tá brincando? Você enlouqueceu se acha que vou te deixar sair com esse babaca — guinchou Harry, ele segurou meus braços e ficou em cima de mim, me imobilizando.
— Ele é legal, Hazza, dê uma chance a ele.
— Ainda não entendi por que você quer sair com ele — murmurou Harry, a voz rouca e sensual, puta merda, odeio quando meus sentimentos se envolvem em nossas brincadeiras, é sempre perigoso demais.
— Porque faz três meses que eu não fico com alguém, porque você é muito ciumento! — sussurrei desafiadora, ele riu.
— Ah, baby, não seja por isso... Eu posso cuidar de suas necessidades — brincou esboçando um sorriso travesso.
— Não entendi — murmurei, não contendo um sorriso em resposta.
— Eu cuido de você, baby, não precisa de um babaca qualquer — sussurrou Harry, ele beijou minha clavícula e subiu lentamente pelo meu pescoço, beijando-me castamente, senti meus pelos se eriçarem em resposta, ah, merda!


— Harry... — sussurrei em meio a um gemido, Harry riu, idiota. — Está vendo? Estou tão carente que meu corpo responde até ao meu próprio irmão — resmunguei o empurrando, ele caiu ao meu lado gargalhando feito uma hiena.
— Amor, não tenho nada contra eu mesmo curar sua carência — provocou se divertindo, o filho da mãe.
— Idiota! — Reclamei me levantando e trancando-me no meu banheiro.

Meu quarto não é muito grande, mas é o suficiente para mim, meu banheiro também não é luxuoso, mas dá para o gasto. 
Despi-me. Entrei embaixo da água quente e levei uns bons quinze minutos ali, relaxando e me preparando mentalmente para insultar Harry o máximo possível.
Ao sair do boxe, enrolei-me em uma toalha branca e enrolei o cabelo molhado em outra toalha, saí do banheiro e vi Harry estirado em minha cama, cantarolando uma música e olhando para o teto.

— Saia, Harold, vou me trocar — murmurei autoritária, ele riu.
— Querida, se eu vou ter de satisfazer suas necessidades, uma hora eu terei de vê-la como veio ao mundo — provocou divertido.
— Seu babaca! — Reclamei pegando uma almofada da poltrona e arremessando contra ele.
— Já estou saindo, baby, lhe dou dois minutos — avisou antes de sair do quarto e fechar a porta atrás de si.

Procurei uma roupa no meu guarda-roupas e vesti-me o mais rápido possível, assim que terminei de vestir o cardigan Harry entrou no quarto com a mão no rosto, mas os dedos separados, olhando por entre eles.
Sorri e joguei a toalha no rosto dele, que a segurou antes de atingi-lo e a pendurou no cabideiro ao lado da porta do banheiro.

— Aonde vai, querida? — perguntou Harry. 
— Eu vou ao shopping, vamos comigo? — perguntei docemente.
— Claro, vai comprar o quê? 
— Ah... Roupa, preciso de algo legal para usar hoje à noite.
— Claro, hoje à noite — resmungou Harry.
— Ah, Hazza. Vamos lá, por favor, você pode me ajudar a escolher algo bem bonito, o que acha? — pedi carinhosamente, ele sorriu e balançou a cabeça.
— Tudo bem, vamos lá, então.
— Obrigada, baby, você é o melhor. Amo você — agradeci o abraçando, ele suspirou e sorriu.
— Amo você também, Mav, vamos de uma vez, antes que eu mude de ideia.

Segui Harry até a sala, onde minha mãe assistia tevê, ela olhou para nós dois e sorriu.

— Bom dia, docinho — cumprimentou-me, dei-lhe um beijo na bochecha e segui em direção à porta.
— Vamos ao shopping, mãe, até mais — despedi-me.
— Tudo bem, ligue se precisar. Amor, cuide da minha garota — falou a Harry, ele assentiu e deu um beijo na bochecha dela antes de me acompanhar.
— Pode deixar, Mare.

Esperei em frente ao carro, Harry apertou o botão para desativar o alarme do carro dele e então acomodei-me no banco do motorista, ele cruzou os braços e me encarou severo, abri um sorrisinho inocente e implorei para que ele me deixasse dirigir, depois de muita relutância ele enfim concordou e se acomodou ao meu lado, no banco do passageiro.
Durante o curto percurso até shopping, Harry ligou o rádio e gritou a plenos pulmões junto de Justin Timberlake, sua voz é tão linda, meio rouca e com um timbre perfeito, o mais incrível é que ele não desafina de jeito nenhum, mesmo quando eu faço uma curva desajeitada e ele voa de encontro a janela.
Quando a música acabou eu pedi que colocasse King Of Pain, do The Police, e cantasse para mim, ele não fez nenhuma objeção, apenas colocou a música e presenteou-me com sua bela voz cantando a minha música preferida.

— "I'll aways be king of pain..." — finalizou ele, seu belo timbre invadindo meus ouvidos e fazendo-me delirar, mas concentrei-me em estacionar em uma vaga pequena do imenso estacionamento subterrâneo do prédio.
— Isso foi lindo — murmurei ao desligar o carro.
— Obrigado, você é uma ótima motorista — elogiou-me, sorri timidamente.
— E você é um ótimo professor, obrigada!

Harry sorriu e ambos saímos do carro, joguei as chaves para ele e o mesmo travou o carro enquanto seguíamos até o elevador.
Paramos lado a lado e ele colocou o braço ao redor dos meus ombros, ele começou a assoviar enquanto o elevador subia lentamente até o segundo andar. Na primeira parada algumas pessoas se juntaram a nós, conversando e rindo alto, Harry continuou inabalável com seu assovio alto e bem melodioso.
Ao sair do elevador nós entramos na primeira loja de roupa que vimos, não era uma loja de marca famosa, mas tinha roupas lindas lá.
Harry aguardou pacientemente enquanto eu escolhia algumas roupas para provar, ele até me ajudou a escolher algumas, mas logo se aborreceu e se sentou em um sofá estofado para me esperar.
Provei várias roupas até me decidir por um vestido e saltos altos bem bonitos, Harry parecia inconformado com a minha insistência em ir ao encontro.
Mas ele não entende que eu preciso ir, tanto para me distrair um pouco, quanto para me ajudar a tirá-lo da cabeça, pois ele é meu irmão, e eu não posso continuar pensando no meu próprio irmão.
Quando acabei de fazer minhas compras, o que levou pouco mais de duas horas, Harry insistiu para que comêssemos alguma coisa, pois segundo ele: estava definhando. Não objetei, apenas seguimos até a praça de alimentação e nos empanturramos de hamburguer do Burger King.
Compramos algumas guloseimas e decidimos assistir a um filme, compramos ingressos para um filme que começaria em poucos minutos, uma comédia romântica chamada Juntos e Misturados, estrelada por Drew Barrimore e Adam Sandler, nos acomodamos na última fileira, onde tivemos certa privacidade, e nos empanturramos com bobagens, rimos e passamos parte da tarde nos divertindo.
Quando saímos da sala de cinema, depois de ter assistido mais dois filmes aleatórios, já passava um pouco das cinco da tarde, e eu teria menos de duas horas para me arrumar para o meu encontro.
Então Harry dirigiu lentamente e sem a mínima pressa para casa, ainda me provocando e tentando a todo custo me impedir de ir a esse encontro.
Ele estacionou o carro em frente à porta de ferro fechada da garagem e bufou ao desligá-lo, encarei-o divertida e empurrei de leve seu braço, em seguida saí do carro e corri até a porta da frente.
Não esperei por ele, gritei avisando minha mãe que havíamos chegado e corri até o meu quarto, contando nos dedos os poucos minutos que eu tinha.
Andei em círculos pelo meu quarto enquanto procurava tudo o que iria precisar para me arrumar, em seguida tranquei-me no banheiro e tomei um longo banho, depois enrolei-me em um roupão fofinho e atoalhado, sentei-me no vaso, com a tampa abaixada, e pintei as unhas, arrumei o cabelo, me maquiei e me vesti, faltando apenas dez minutos até meu acompanhante chegar.
Saí do banheiro já pronta, peguei meu sobretudo na poltrona e comecei a vesti-lo quando vi Harry encarando-me boquiaberto, sorri timidamente e amarrei a tira do meu casaco.

— Uau! Não acredito que tudo isso é para aquele babaca — murmurou Harry, olhando-me de cima a baixo sem a menor cerimônia.
— Estou fazendo cosplay de Hermes¹, baby — brinquei mudando de assunto e levantando meus pés, um de cada vez, para mostrar a ele os meus saltos alados, ele riu.
— E cadê o caduceu? — provocou levantando-se e pegando minha mão, ele me fez girar e me olhou nos olhos quando voltei a ficar de frente para ele. — Ele não merece tudo isso.
— Algum dia eu vou achar alguém que você ache merecer? — sussurrei melancólica, ele sorriu friamente e balançou a cabeça, desviando seu olhar penetrante do meu.

Ele se afastou e voltou a se sentar na cama, observando-me atentamente, peguei minha bolsa, meu celular, dei uma última checada no meu espelho de corpo inteiro e saí do quarto, sendo seguida de perto por Harry, que estava mal-humorado e, aparentemente, magoado, mesmo eu não sabendo o porquê.
Minha mãe saiu do escritório e nos encontrou na sala, Harry se sentou no braço do sofá e cruzou os braços, ainda emburrado, minha mãe riu ao notar o aborrecimento dele e lhe deu um beijo na bochecha, antes de virar para mim e me abraçar.

— Tome cuidado, docinho, qualquer coisa me ligue.
— Okay, mãe — concordei aceitando o seu beijo na testa.
— Eu proibiria ela de ir, Mare, sabe... — murmurou Harry, minha mãe riu.
— Eu não mando nela desde seus 16 anos, querido, ela sai com quem achar digno — divertiu-se minha mãe.
— Não ligue para ele, mãe, ele provavelmente vai reclamar até o fim da semana por eu sair com alguém — desdenhei, Harry fez uma careta de desgosto. — Mas ele supera.
— Não se preocupe, vou colocar ele para me ajudar com o jantar, ele nem vai se lembrar que você saiu — garantiu minha mãe.
— Duvido — resmungou Harry.

A campainha tocou justamente quando eu abri a boca para provocar Harry, minha mãe abriu um largo sorriso e arrumou os cabelos eriçados enquanto caminhava até a porta, Harry conseguiu ficar mais carrancudo ainda e eu lhe dei um beijo rápido na bochecha antes de Liam Payne seguir minha mãe até a sala, ele estava lindo.

— Olá, Mav, vamos? — perguntou ansioso, ele olhou para Harry e ficou mais nervoso ainda ao ver sua expressão assassina.
— Não vá, Mav, por favor — implorou Harry.


                                                                           

¹- Hermes é um das doze divindades olimpianas gregas, é o deus dos ladrões, viajantes, pastores, mercadores, banqueiros, adivinhos, arautos e outros. Com suas sandálias aladas (com asas; ao que se refere as sandálias de Mavis), veloz como o vento, ele servia como mensageiro dos deuses e conduzia os mortos para o mundo inferior.



Hello girls, como estão?
Bom, tenho um pedido a fazer.
Podem visitar meu novo blog?
Não de Fanfics, apenas alguns textos que eu escrevo e posto lá, vocês podem comentar pedindo para que eu aborde qualquer tema, vou ter o maior prazer de dar minha opinião a respeito =) Escritora Amadora.
Espero que tenham gostado do capítulo, comentem pra mim, eu amei os últimos coments.
Amo vcs divas <3


Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

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