domingo, 30 de novembro de 2014

"Há algo diabólico em seus olhos me perseguindo
E cada vez que olho para trás isso fica mais rápido
Chega um momento em que você finalmente percebe
Que não há como mudar o tempo que está passando
Mas eu sei, sim, eu sei que vou ficar bem..."

- Ready To Run (One Direction)



— Estou acordada — garanti.
— Não parece, mais uma cerveja? — ofereceu Liam, esticando a mão com outra budweiser.
— Claro, mais uma — aceitei de bom grado, ele riu, contente por estar conseguindo me embebedar.
— Acho que um banho gelado vai te manter sóbria, sabe... — brincou, arqueando uma sobrancelha.
— Eu estou s-sóbria, okay, Sr. Harper — gaguejei, ele gargalhou alto.
— Você é muito, muito, muito fraca pra bebidas, bem que o Niall falou.
— Obrigada, Nialler, queimando meu filme desde sempre — ironizei estendendo minha cerveja, brindando com o ar.
— Ouvi meu nome aí — gritou Niall, rindo de algo que Louis acabara de lhe contar.
— Sim, pronunciei seu nome, duende, mas nada que deva saber — respondi, depois de beber um longo gole da minha amarga cerveja, em seguida encarei Louis, sustentando seu olhar cálido e hipnotizante.
— Mais cerveja, vamos beber — anunciou Louis, esticando a mão que segurava a cerveja, sem desviar seu olhar do meu, arqueei minhas sobrancelhas, questionando-o silenciosamente, ele apenas forçou um pequeno sorriso, falso e vago.

Tentei manter minha pouca concentração, deixei minha garrafa sobre a toalha xadrez, de piquenique, e me levantei, os rapazes se levantaram junto comigo, demonstrando seu habitual cavalheirismo.
Tentei sorrir para eles, as garotas ficaram encantadas com tanta educação, mas já estou acostumada, já que Niall e Justin estão sempre sendo tão educados comigo; assim como os homens dos jantares beneficentes que Justin me leva, eles sempre fazem isso quando alguma mulher se levanta, eu acho desnecessário, mas o que fazer...
Segui trocando as pernas em direção ao lago que se formava logo abaixo da cascata da cachoeira, a vista é linda, realmente linda, não tem lugares assim em Londres, pelo menos eu acho que não tem.
Olhei para o lado e me deparei com Sara, ela sorriu e segurou minha mão, tampou o nariz com a outra e me puxou para pularmos na água brilhante e límpida.
Fiquei algum tempo embaixo d'água, de olhos fechados, minha mente anuviada pelas cervejas não me deixava pensar, e, no momento, é tudo o que eu preciso.
Subi para tomar ar e Sara estava atordoada, olhando em volta repetidas vezes, me procurando.

— Que susto, sua louca, pensei que você tivesse se afogado — berrou irritada, mas logo nós duas começamos a rir.
— Foi mal — desculpei-me, ainda rindo histericamente.
— Não, foi péssimo, mas tudo bem.

Sara jogou-me água no rosto e em seguida me abraçou, me apertando forte entre seus braços, ela suspirou e alisou meus cabelos molhados, reprimi a vontade de rir, apesar de isso ser estranho demais, ela nunca foi de demonstrar carinho.

— Você está tão estranha, está reconsiderando sua ideia de se casar? — sussurrou em meu ouvido, me pegando de surpresa. — Porque se estiver, isso não é crime, você tem todo o direito de voltar atrás, é a sua vida, querida — murmurou toda maternal, meus pelos da nuca se eriçaram.
— Estou confusa, mas ainda não cheguei ao ponto de querer cancelar o casamento, o Jus me faz feliz... — murmurei.
— Jura? Te faz feliz mesmo? Todas às vezes que vou te ver parece que você não sai pra ver a luz do dia durante um mês, parece que ele te prende naquele maldito apartamento e te sufoca, como você aguenta, amiga? — perguntou, tomando distância para me olhar nos olhos.
— Talvez seja por isso que eu tenha pedido um fim de semana longe dele, para respirar um pouco. Sim, ele me sufoca às vezes — confessei, me sentindo uma traidora —, mas eu o amo — murmurei com pouca convicção.
— Ama mesmo? — duvidou Sara, senti meus olhos marejarem, o que está havendo comigo?
— Eu não sei — sussurrei baixinho, Sara fechou os olhos e sorriu, aparentemente aliviada com minha resposta.
— Eu sei disso, apenas faça o que acha certo, se não tem certeza que o ama, então não se case com ele, não desperdice sua vida, você é tão jovem, sua mãe estaria lhe dizendo a mesma coisa agora — apelou ela, fazendo com que minhas lágrimas escorressem pelo meu rosto, rapidamente juntei as mãos em forma de concha e lavei o rosto.
— Vou conversar com ele e ver como me sinto — respirei fundo e a encarei —, mas por que está tentando abrir meus olhos?
— Digamos que eu tenho dois olhos e ambos estavam abertos debaixo d'água — murmurou ironicamente, soltei uma exclamação de surpresa, ela viu o beijo. — Pense e então dê o próximo passo, só não faça a escolha errada.
— E qual é a certa? — perguntei exasperada.

Sara deu de ombros e mergulhou, sumindo da minha vista, urrei de raiva e afundei, molhando meu cabelo e subindo para tomar ar quase imediatamente.
Nadei solitariamente até perder a paciência e estar um pouco mais sóbria, a água gelada desanuviou um pouco meus pensamentos.

|♥|♥|♥|

Joguei minha bolsa no chão e caí na minha cama macia, as cobertas se amarrotaram e as molas rangeram quando me estatelei contra o colchão.
Respirei fundo e peguei meu celular do bolso traseiro do short jeans, me lembrei de que não respondera o Justin porque Louis me puxara para a água, isso significa que ele ainda está em casa, perdendo a cabeça por causa do e-mail do Louis.

                                                                         


De: AnnaWalker
Para: Justin Clay
Assunto: Noivo furioso? Noiva malcomportada.

Querio Justin,
Espero que já tenha se acalmado um pouco.
Peço desculpas por não responder antes, fizemos um piquenique à beira de uma linda cachoeira, você iria adorar à vista.
Peço desculpas também por me esquecer de lhe avisar que Louis Harper está conosco neste fim de semana, me esqueci de lhe dar uma lista completa de quantos e quem dos Harper ficariam na própria casa este fim de semana ¬¬
Esta foto foi tirada durante um café, ele me mostrou uma linda cafeteria no centro da cidade, você iria adorar o frappuccino dali, é melhor que o do Starbucks ;)
Espero que esteja bem (e calmo).
Com carinho,
Anna.
                                                                        


Deixei o celular na cama ao meu lado e peguei o travesseiro, pressionando-o contra meu rosto e gritando ferozmente, por que isso me estressa tanto? Estou tão confusa, será se Sara está certa? Devo cancelar o casamento?
Meu celular vibrou e a música Every Breath You Take¹ começou a tocar, com ironia Justin decidiu que essa seria sua música, por ser o hino do perseguidor e ele ser um perseguidor nato quando se trata de mim, eu adoro a música e ela combina com ele.

— Oi — murmurei docemente, quase senti seu sorriso.
— Oi — sussurrou ele.
— Está mais calmo?
— Sim, estou, Harper já me explicou sobre a cafeteria e a foto, não se preocupe — respondeu ele, em seu tom sério e profissional, um CEO² educado e frio.
— Ele explicou? — perguntei chocada, Louis ligou para ele?
— Sim, estava terminando de falar com ele ao telefone quando recebi seu e-mail, ele estava preocupado com você, quero dizer, preocupado por minha fúria ser direcionada a você, como se eu pudesse lhe fazer algum mal, ele não me conhece direito, devo admitir — falou e bufou, levemente divertido. — Quem me conhece bem, afinal? A não ser você, claro.
— É, eu lhe conheço bem — sussurrei tristemente, meus pensamentos sendo direcionados de volta à minha conversa com Sara.
— Melhor que ninguém — sussurrou ele, seu tom preocupado devido ao meu tom triste. — Está tudo bem, querida?
— Sim, está tudo bem — murmurei.
— O que está acontecendo, Anna? — perguntou exasperado, suspirei pesadamente, já cansada antes mesmo de começar a discutir com ele.
— Amanhã conversamos, Jus, que horas você chega? — perguntei impaciente, tentando mudar de assunto.
— Às 10 da manhã, tenho uma leve impressão de que isso não é bom, o que está havendo? — insistiu ele.
— Até amanhã, baby, estou exausta agora, durma bem — me despedi evasivamente, ele bufou irritado.
— Durma bem também, amo você.

Sem saber se poderia retribuir suas palavras carinhosas eu suspirei e lhe mandei um beijo, em seguida desliguei o telefone, joguei-o na cama e tentei me sufocar com o travesseiro novamente.
Me virei de lado e descansei minha cabeça no travesseiro, suspirei algumas vezes, tentando direcionar meus pensamentos para terrenos menos confusos, o que foi em vão; gradativamente fui perdendo a consciência e adormeci enquanto me lembrava dos lábios macios de Louis Harper.

|♥|♥|♥|

Senti minhas costas estalarem com o peso de alguém se jogando em cima de mim, resmunguei e tentei empurrar seja lá quem estivesse em cima de mim, mas falhei.

— Sai daqui, agora — berrei, minha voz falha e embargada.
— Você tem meia hora para se arrumar até o magnata chegar, levante-se agora — falou Lia, beliscando minhas costelas.
— Que se dane, eu quero dormir — resmunguei estressada, Sara gargalhou.
— Tudo bem, quando ele chegar eu peço pra ele subir e te acordar — falou Lia, saindo de cima de mim.
— Ótimo — sussurrei, caindo no sono novamente.

Aparentemente um minuto depois alguém se deitou ao meu lado, duvidando que se tenha passado apenas um minuto eu abri um de meus olhos e vi o belo sorriso de Justin, ele ergueu a mão e acariciou minha bochecha.

— Bom dia, querida — sussurrou e inclinou a cabeça para me beijar, sutilmente virei o rosto e ele beijou minha bochecha.
— Bom dia — sussurrei.
— Sei que é cedo, você acabou de acordar, mas o que está havendo? Você está me deixando com medo — falou ele, com um traço de irritação em sua voz.
— Posso tomar um banho e tomar um café bem forte antes de conversarmos? — sugeri docemente, ele reprimiu um sorriso e assentiu
— É claro, desculpe.

Lentamente me sentei na cama e me espreguicei, o quarto estava vazio e as outras duas camas: arrumadas, mas só porque o Justin está aqui, se não o quarto estaria parecendo uma zona de guerra.
Me levantei e peguei minha toalha, segui para o banheiro e tomei um banho bem, bem demorado mesmo, quando voltei ao quarto Jus já não estava mais lá, o que deu tempo para me vestir e descer até a cozinha, aonde todos estavam.
Me sentei em uma cadeira vaga entre Lia e Sara, Justin estava sentado bem em minha frente, trajando uma camisa e uma calça jeans preta, ele abriu um pequeno e tímido sorriso para mim e esticou a mão que segurava uma caneca de café preto, aceitei e sorri para ele.

— Obrigada — agradeci.
— Então, Sr. Magnata, como anda lá em Londres? — perguntou Niall, dando um leve tapa na nuca de Justin, ele sorriu e massageou a nuca.
— Chato, muito chato — respondeu, olhando diretamente para mim.
— É tão estranho ver o Justin sem terno, é como ver um tubarão andando em terra... -— murmurou Liam, brincando com seu prato de cookies caseiros.
— Não é tão diferente assim — murmurei e peguei um de seus biscoitos, ele fez uma careta e bateu na minha mão, mas riu em seguida.
— Eu não vivo dentro de um terno, Harper — se defendeu Jus, sorridente.
— Não é o que parece, Sr. Clay — provocou Zayn.
— Mas é o que acontece, Sr. Harper — devolveu Jus, no mesmo tom que Zayn.

Eles pararam de discutir quando a porta da cozinha se abriu e Harry entrou, eu não sabia que o irmão do Justin também viria, me levantei em um salto e corri para abraçá-lo, ele gargalhou e me apertou entre seus braços, quando voltei a me sentar Justin estava fazendo uma careta, como se tivesse provado algo de gosto muito ruim.
Voltei ao meu chá enquanto a conversa fluía naturalmente em volta da mesa.
Quando acabei meu chá Justin se levantou e inclinou a cabeça em direção a porta da cozinha, assenti sutilmente e o segui até a parte de trás da casa, Jus se sentou na grama e estendeu a mão, a segurei e me sentei ao lado dele.
Coloquei meus óculos escuros e me deitei na grama, Jus inclinou a cabeça e sorriu para mim, delicadamente ele deslizou o dedo pela pele desnuda da minha barriga até a beirada da minha camiseta do Mickey fazendo um gesto obsceno com os dedos.

— Essa roupa tem pano de menos e eu vejo pele demais — murmurou, puxando minha camiseta para baixo, tentando em vão cobrir minha barriga, ri e bati em sua mão, fazendo-o parar.
— Eu gosto assim — sussurrei em resposta.
— Tá legal! Vamos conversar, o que está havendo? Fale de uma vez — exigiu ele, sua irritação palpável.
— Eu não sei... — murmurei exasperada. — Estou confusa, é isso, não sei mais o que pensar, nem o que fazer, não sei se quero me casar ou se ao menos ainda quero continuar morando com você, eu não sei o que está acontecendo comigo, meus pensamentos estão todos desordenados e malucos, sinceramente, acho que estou enlouquecendo — confessei, em seguida parei para respirar.

Justin ficou chocado, a cor se esvaiu de seu rosto lentamente, sua boca semi-aberta me deixou desconcertada.
Ele respirou fundo e cobriu o rosto com suas duas mãos, grandes e ásperas, mãos másculas e lindas, sempre amei suas mãos, mas elas não estão me chamando tanta atenção quanto antes, tudo o que elas me fazem pensar é em como as mãos de Louis foram macias ao tocar meu rosto ontem à tarde, balancei a cabeça e desviei meu olhar das mãos dele, tentando apagar esses devaneios ridículos.

— O que aconteceu? Nesse fim de semana? — perguntou ele, o rosto ainda coberto por suas lindas mãos.
— Nada, eu tirei esse fim de semana para pensar, foi isso o que fiz e agora cheguei à conclusão de que talvez eu não esteja fazendo o que realmente quero, eu gosto de você, mas não o bastante para me casar, entende? — falei em um tom desesperado demais.
— O que aconteceu neste fim de semana? — repetiu veemente, tirando os óculos do meu rosto de forma rude.
— Não acredita em mim? — perguntei ameaçadoramente, mantendo minha postura ofendida.
— Qual é, Anna! — exclamou inconformado. — Você sai de casa me amando e quando nos vemos novamente, em dois dias, você já está planejando cancelar o casamento e me deixar. ME DEIXAR! — grita ele, furioso.
— Eu não...
— O QUE ACONTECEU NA PORRA DESSE FIM DE SEMANA, ANNA? — interrompeu-me ele.

Me sentei de frente para ele, os olhos levemente arregalados de susto, foi quando vi a janela da cozinha, Louis estava nos olhando junto de Sara e Lia, ambos com feições preocupadas, balancei a cabeça sutilmente em negativa e voltei a olhar para Justin, que estava ficando vermelho de raiva.

— Apenas pensei — sussurrei docemente, tentando não provocá-lo mais ainda, ele nunca gritou comigo.
— CACETE, ANNA, FALA DE UMA VEZ, EU NÃO... NÃO QUERO DEIXAR MINHA MENTE DIVAGAR POR ESSES CAMINHOS E IMAGINAR O QUE PODE TER ACONTECIDO AQUI PRA TE FAZER MUDAR DE IDEIA — berrou irritado.
— Você nunca, nunca mesmo, gritou comigo, por favor, está me assustando — apelei baixinho, ele respirou fundo e fechou os olhos, tentando se recompor.
— Desculpa, só estou com medo, você está me deixando, porra, tenho o direito de ficar furioso com isso — falou ele, um pouco mais calmo.
— Acha que eu estou te deixando? — murmurei chocada.
— E não está? — perguntou ele.
— É, eu acho que estou — confessei.

Justin suspirou pesadamente e eu encarei meus dedos, tendo a visão do belo anel solitário que ele me dera quando me pediu em casamento, é tão lindo e não me pertence, não mais.
Delicadamente deslizei o anel ao longo do meu anelar direito, Jus acompanhou com os olhos o trajeto e suspirou novamente, senti meu coração se comprimir.

— Eu não o quero — sussurrou ele, quando estendi o anel para lhe entregar. — É seu, eu comprei pra você, não era um empréstimo, era um presente, um pedido, e não se devolve um presente.
— Eu não o quero, Jus, sério, pegue — insisti, ele negou com a cabeça.
— Jogue-o fora, então — falou secamente.
— Não, não vou jogar fora — desisti, vendo que estava magoando-o com essa insistência.

Me sentei sobre meus joelhos e delicadamente coloquei o anel novamente em meu anelar, Jus reprimiu um sorriso e tentou permanecer sério e concentrado nos meus movimentos.

— Lembre-se de nós dois quando usá-lo, por favor — pediu Jus.
— É claro que vou me lembrar, mas ainda podemos ser amigos, não é? — perguntei docemente, ele riu.
— Eu sempre achei essa frase muito falsa, mas, agora que estou passando por esse momento, vejo que nunca quis tanto ser amigo de alguém como eu quero ser o seu — confessou ele, seu olhar brilhante e sincero, sorri timidamente.

Engatinhei para mais perto dele e me sentei entre suas pernas abertas, me inclinei lentamente e o beijei, um beijo de despedida, ele levou a mão até o meu pescoço e me acariciou ternamente enquanto prolongava o beijo o máximo possível.



— Sinto ser uma despedida — sussurrou ele, com o nariz colado no meu.
— É uma despedida, sinto muito.
— Não se desculpe, não quero que se sinta obrigada a ficar comigo, isso jamais — ele parou de falar e suspirou. — Eu amo você, querida, vou amar sempre.
— Eu amo você também, ao meu modo, mas amo — confessei, ele sorriu.

É praticamente impossível deixar de amá-lo em tão pouco tempo, passei uns 7 meses da minha vida completamente apaixonada por ele, não posso apagar esse sentimento de uma hora para outra.
Beijei a ponta do seu nariz e me levantei, estiquei a mão para ajudá-lo, mas ele recusou.

— Vou ficar um pouco por aqui, talvez me afogar naquela piscina, sei lá — brincou ele.




                                                                                          

¹- Every Breath You Take é uma música da banda The Police, tradução.
²- CEO: Chief Executive Office (Diretor Executivo). É o responsável pelas estratégias e pela visão da empresa. Em outras palavras, é o dono da empresa.



Hey girls, como estão?
Espero que bem.
Bom, primeiramente: Não tenho nada pra falar (novamente haha)
Segundamente: A próxima fic (Steal My Girl, com o Harry) terá um final devastador kkkk Estou me sentindo inspirada e má kkkkk
É isso, comentem pra mim, pleaseee
Amo vcs de montão <3


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

"Um centavo pelos meus pensamentos, oh não, eu vou vendê-los por um dólar
Eles valerão muito mais quando eu for um caso perdido
E talvez então você ouça as palavras que cantei
Engraçado, quando se está morto como as pessoas começam a ouvir..."
- If I Die Young (The Band Perry)



Louis retornou logo com uma pequena bandeja, dentro dela tinha um prato com alguns biscoitos, duas xícaras — uma de café preto e uma de frappuccino —, dois cupcakes e um açucareiro; ele colocou a bandeja em cima da mesa e se sentou novamente, com o mesmo sorriso largo e encantador com que saiu.

— Trouxe cupcake, você tem que provar, são os melhores de todo o Reino Unido — falou ele, todo animado.
— Uau, devem ser bons mesmo — murmurei sorridente.
— Pedi para colocarem alguns marshmallows no seu frappuccino, dá um gostinho melhor — sussurrou ele, me observando pegar a xícara com os marshmallows.
— Obrigada, eu também acho que fica melhor — concordei agradecida, ele sorriu. — Então vamos ao cupcake — murmurei pegando um dos cupcakes, ele sorriu ansioso e pegou o outro.
— Juntos, tudo bem? — perguntou ele, abrindo o papel que protege o bolinho, igual a mim.
— No três — sussurrei, o olhando de relance e voltando a encarar meu bolinho, ele riu. — Um...
— Dois... — contou ele, encarando o próprio cupcake.
— Três... — finalizei e juntos mordemos o cupcake.

O pedaço dançou em minha boca de forma provocante e tentadora, ele tem razão, é o melhor cupcake do Reino Unido, talvez até de toda a Europa.
Louis mastigou tranquilamente, enquanto me olhava ansioso, buscando uma reação da minha parte, sorri e mordi mais uma vez o meu cupcake, gemendo de satisfação, Louis riu e deu um soco no ar, comemorando a sua vitória.

— Isso é... Fantástico, tem razão, é o melhor que já comi — murmurei extasiada, ele continuou rindo, satisfeito consigo mesmo.
— Eu te falei, depois desse os outros vão parecer cimento seco pra você — falou de forma tranquila e serena, me fazendo gargalhar.
— Isso é incrível — sussurrei terminando de comer meu cupcake.

Louis continuou comendo vagarosamente, um lindo brilho dançando em seus olhos e um sorriso satisfeito em seus lábios, bebi um gole do meu frappuccino e quase gemi de satisfação novamente, o gosto é incrível, o cozinheiro desse lugar deve ter mãos mágicas.
Louis e eu dividimos os seis biscoitos do pratinho, três para cada um, e ele tentava não rir da cara de débil que eu fazia ao provar os biscoitos, é tudo realmente muito gostoso, inacreditável! Agora entendo porque eles gostam de morar aqui, com uma cafeteria igual a essa eu não me mudaria nunca.
Terminei meu frappuccino lentamente, com certo receio de que acabasse, Louis terminou de tomar o café e me olhou com expectativa, franzi a testa, intrigada com sua expressão.
Terminei minha bebida e coloquei a xícara na mesa, dentro ainda estavam os 4 marshmallows, Louis pegou a colherzinha que veio junto com o açucareiro, pegou um dos marshmallows e o jogou na boca, peguei a colher de sua mão e peguei outro, repetindo seu gesto, ele sorriu e pegou o penúltimo, em seguida me entregou a colher e eu comi o último marshmallow.
Ele sorriu satisfeito e meu sorriso espelhou o dele.

— Isso foi ótimo — falou ele, orgulhoso.
— Sim, esse lugar é incrível — concordei, reunindo todas as coisas e colocando-as na bandeja.
— Sabe, esse lugar vai ficar tedioso quando você não vier mais comigo, quem mais me deixaria comer os marshmallows direto da xícara? Liam abominaria essa ideia, Zayn ou Niall, rum, nem se fala — murmurou ele, sorrindo de forma carinhosa.
— Você pode levar frappuccino com marshmallows pra mim, eu te deixo comer os marshmallows — provoquei docemente, ele riu.
— Acho que uma viagem de 3 horas e meia deixaria o café meio ruim, não? — brincou ele.
— Não custa tentar — sussurrei dando de ombros, ele continuou rindo.

Levamos 25 minutos de caminhada lenta e revigorante até em casa, Louis estava mais divertido e descontraído, o café foi uma ótima ideia.
Ao sair da floresta a primeira coisa que vi foi Liam e Sara sentados no gramado da frente, Sara estava deitada, aproveitando os raios solares, e Liam estava sentado, apoiado nos cotovelos e olhando para ela.
Louis olhou para mim e abriu um sorriso malicioso, seguimos em direção ao casal e Louis se sentou de frente para eles, continuei em pé ao lado de Louis, olhando-os inexpressivamente.

— O que tá rolando? — perguntou Louis, Sara ergueu a cabeça o suficiente para sorrir, as bochechas de Liam coraram, me fazendo rir.
— N-nada — gaguejou ele, todo fofo.
— Liam está tentando me convencer a ir ao lago, já expliquei a ele que não sei nadar, mas ele é insistente — explicou Sara, de olhos fechados.
— Por que não almoçamos no lago? Tipo um piquenique? — sugeriu Louis e me olhou sugestivamente, levantei um sobrancelha e sorri, boa ideia.
— Isso parece bom, e aí, Sara? — perguntei, chutando de leve o pé dela.
— Contanto que eu não tenha que nadar, parece ótimo — concordou ela.
— Então vamos, temos uma cesta para preparar e os outros para avisar — falou Liam, se levantando e esticando a mão para ajudar Sara a se levantar.
— Me ajuda? — pediu Louis, esticando a mão para mim.

Sorri e por fim cedi, estiquei a mão até tocar a dele e o puxei, ajudando-o a se por de pé, ele bateu a mão na sua enorme — e linda — bunda, limpando-a da sujeira da grama.
Segui os três para dentro de casa e Liam gritou assim que chegamos na sala:

— PESSOAL, AQUI NA SALA, AGORA! — exigiu com sua voz rouca e grossa.
— O que foi, Liam? — resmungou Zayn, descendo as escadas e puxando Becca pela mão.
— Já estamos a caminho — cantarolou Niall, sendo seguido de perto por Lia, que estava radiante.
— O que houve? — perguntou Becca, quando enfim todos se reuniram na sala.
— Almoço no lago, um piquenique, o que acham? — murmurou Louis, como se contasse uma segredo arrasador para todos.
— Parece ótimo — concordou Lia.
— Ótimo, saímos em 10 minutos — declarou Liam. — Os rapazes e eu cuidamos de toalhas, cadeiras de praia, guarda-sol e tudo o mais, as senhoritas podem se encarregar da comida.
— Tudo bem, vamos meninas — chamou Becca, seguindo em direção à cozinha.

Sara e Lia seguraram ambos meus braços e me puxaram em direção à cozinha, os rapazes ficaram discutindo sobre guarda-sol, cadeiras e a água doce e cristalina do lago.
Os 10 minutos voaram enquanto as meninas e eu arrumamos duas cestas de piquenique, separamos algumas bolsas térmicas com água, refrigerante e algumas cervejas e levamos tudo para a varanda, onde os rapazes estavam juntando quatro cadeiras de praia, dois guarda-sóis, algumas bolsas com toalha e tudo o mais.

— Tudo certo, vocês tem 5 minutos para se trocarem — falou Zayn, autoritário.
— 5 minutos não dá nem pra colocar a parte de cima do biquíni — reclamou Lia, batendo os pés com força ao voltar pra dentro de casa, parecendo uma criança mimada.

Corri atrás dela e a ultrapassei enquanto subia as escadas, ela riu e tentou me alcançar, mas cheguei no quarto antes dela, procurei uma roupa dentro da minha mala e um biquíni, segui pro banheiro a fim de tomar um banho rápido, só para tirar o suor da corrida de hoje mais cedo.
Em 7 minutos eu estava pronta e guardando na minha bolsa um protetor solar e a minha canga, Sara e Lia já estavam na porta me esperando.
Corremos pela escadaria e encontramos os rapazes na varanda, todos juntos, em uníssono, eles bufaram de irritação, fazendo-nos rir.

— Chegamos, agora podemos ir — anunciou Becca.
— Eu disse 5 minutos, não 10 — reclamou Zayn.
— Ah, relaxe, Zayn, e vamos logo, antes que fique tarde — disse Louis.

Os rapazes se dividiram para pegar as cadeiras de praia e as outras coisas, enquanto as meninas e eu levamos nossas bolsas, as cestas de piquenique e as bolsas térmicas.
Caminhamos pela floresta durante uns 10 minutos, bagunçamos e brincamos muito, quando chegamos ao lago eu já estava sem fôlego de tanto rir e quase precisei de um cilindro de oxigênio ao ver a linda paisagem.

— Ah, meu Deus — sussurrei extasiada, Louis riu e colocou a mão no meu ombro.
— Bem vinda ao nosso paraíso particular — falou ele.
— Isso não é um lago — balbuciou Sara. — É uma cachoeira, uma linda cachoeira.
— Uau! — murmurou Lia, embasbacada igual a Sara e eu.

Tive que me desligar da linda paisagem para ver o e-mail que acabei de receber, como imaginei era de Justin, deixei minha bolsa em cima da grama e abri o e-mail dele.

                                                                         

De: Justin Clay
Para: Anna Walker
Assunto: Raiva? Não, agora estou furioso!

Dianna,
Meu amigo muito querido, Louis Harper, que você conhece bem, acabou de me enviar uma linda foto, uma foto DA MINHA NOIVA.
Por que, diabos, ele tirou uma foto da minha noiva?
Segue abaixo a linda foto:

Aguardo uma explicação.
J.C. (um noivo muito, muito furioso)


Puta merda! Esqueci de avisá-lo que Louis está conosco. 
Fiquei alguns segundos olhando para a foto, sem conseguir acreditar direito, quando enfim me recuperei eu olhei em volta, a procura de Louis, ele já havia entrado na água e estava brincando com os rapazes.

— Louis — gritei. — Louis, vem aqui! — gritei para ele ouvir, ele concordou e me pediu para esperar.

Aguardei impaciente enquanto ele tentava sair da água o mais rápido possível, enquanto isso fiquei olhando a minha foto na cafeteria, por que ele enviou isso para o Justin?

— Sim, Anna? — perguntou ele, inocentemente.
— Louis, por que fez isso? — perguntei lhe mostrando o e-mail de Justin.
— Uau! — exclamou Louis, tentando conter o seu divertimento. — Ele é uma noivo muito, muito furioso — comentou em um tom levemente debochado.
— Não brinque, Louis, ele está furioso comigo, esqueci de dizer que você está aqui conosco — murmurei deprimida.
— Eu queria provocá-lo, só isso, bom... Parece que deu certo — respondeu sorridente.
— Sim, deu muito certo, agora ele deve estar surtando, e é culpa sua — falei acusadora, ele riu.
— Relaxe, querida, vamos tomar um banho. Vem, a água está ótima — falou ele, agarrando minha mão e me puxando em direção à água.
— Louis, espera, deixe-me tirar a roupa — gritei puxando minha mão de volta, ele parou e sorriu.
— Seja rápida, ou vou te jogar na água com roupa e tudo — ameaçou ele.
— Idiota — resmunguei enquanto jogava meu celular dentro da bolsa e tirava meu short.

Louis me assistiu todo sorridente, divertido com a minha irritação, me controlei para não jogar o meu tênis na cara dele.
Me despi lentamente, tentando adiar o meu encontro com a água gelada da cachoeira, dobrei minha camiseta e meu short e coloquei em cima da minha bolsa, ao lado do meu tênis e boné; Louis rapidamente se apressou vindo em minha direção, antes que eu pudesse discordar ele se abaixou, agarrou minhas coxas e me jogou por cima do ombro, de cabeça para baixo tentei bater nele, mas só consegui bater em sua enorme bunda.

— Me ponha no chão, AGORA!!! — gritei histérica, ele apenas riu e pulou na água, prendi a respiração e ele enfim me soltou, rapidamente subi até a superfície para respirar.

Olhei em volta, procurando por Louis, mas não encontrei ninguém, nas margens da cachoeira estavam Liam e Niall balançando Sara, ameaçando jogá-la na água, ri da cara de medo que ele estava fazendo.



Eles enfim a jogaram e ela afundou feito uma pedra, logo em seguida Zayn pegou Becca no colo e pulou na água, levando-a consigo, respirei fundo por reflexo.



Louis apareceu do nada e eu rapidamente joguei água nele, ele colocou o braço na frente do rosto e começou a rir, jogando água em mim também.
De repente, todos se aproximaram e começaram a guerra de água, as garotas e eu nos juntamos e juntas bombardeamos os rapazes com água, mas eles são maiores e mais fortes, então é mais provável que eles ganhem.



Depois de uns 10 minutos eles conseguiram nos afogar e todas afundamos, tentando fugir da água que eles jogavam contra nós, voltei para respirar alguns segundos depois e eles já haviam parado, estavam rindo e cantando vitória, idiotas! 

— Tá viva, querida? — zombou Niall, todo sorridente, suas bochechas estavam rosadas pela alegria e o esforço que ele fizera.
— Estou, não graças a vocês, bobões — resmunguei divertida, mas tentando controlar o sorriso.
— Ah, que dó, não fique irritada, baby, pegaremos leve da próxima vez — debochou Louis, nadando até mim e me abraçando, tentei me desvencilhar dele, mas foi em vão.
— Louis, me solte — guinchei rindo, mas ele me apertou com mais força.

Quando consegui finalmente me soltar dos seus braços eu mergulhei e nadei até o fundo do rio, Louis veio atrás de mim, agitando os braços e as mãos, eu desviei meu caminho e fui em direção a ele, na intenção de confundi-lo, mas quando dei por mim ele já havia me tomado em seus braços e estava me beijando...



Desnorteada e confusa consegui me lembrar de que não podia deixar isso acontecer, o empurrei e rapidamente subi até a superfície para respirar, ele veio atrás de mim.

— Ei, o que houve? — perguntou ele, evidentemente preocupado.

Olhei em volta, mas todos já haviam saído da água e estavam arrumando o almoço em cima da toalha xadrez de piquenique, voltei a olhar para o Louis e respirei fundo, minha respiração ainda estava descompassada.

— Não, Louis, não podemos fazer isso, eu estou noiva, vou me casar em 2 meses e com o seu amigo e sócio — balbuciei ainda mexida com o acontecido.
— Entendi — falou ele, ofegante e mortalmente sério. — Entendi — repetiu.
— O que acabou de acontecer? — perguntei retoricamente, não esperando uma resposta dele, mas ouvi seu suspiro.
— Desculpe, eu não queria deixar você confusa, apenas... Aproveitei o momento, faz tempo que quero fazer isso. Na verdade, desde a primeira vez que te vi — murmurou ele, olhando em volta repetidas vezes para garantir que ninguém nos ouvisse.
— Isso é loucura — sussurrei chocada. — Não podemos fazer isso — falei rispidamente.
— Entendi! — repetiu ele, um sussurro baixo e melancólico.

Nadei para longe dele, indo em direção ao pessoal, chegando lá eu alcancei uma toalha, a coloquei nos ombros e ajudei as garotas a organizar a comida, me sentei de pernas cruzadas, em posição de indiozinho, e peguei uma garrafa de cerveja Budweizer.
Liam franziu a testa e sorriu, ele ergueu sua garrafa, propondo um brinde, e toquei a minha garrafa na dele, ambos sorrimos e eu me senti mais relaxada, porém mais culpada que nunca, vou ter que contar ao Jus? Merda, ele vai me matar e matar o Louis também, merda!

— Ei, Anna, acorda! — gritou Lia, toda animada.
— Oi? O que foi? — perguntei assustada.
— Sanduíche? — perguntou ela, esticando a mão com um sanduíche de manteiga de amendoim com geleia para mim.
— Obrigada — agradeci forçando um sorriso.
— Tá tudo bem? — perguntou Sara, que está sentada ao meu lado.
— Está — murmurei e bebi um gole da minha cerveja. — Claro que está.
— Ótimo — sussurrou ela, duvidosa.

Desembalei meu sanduíche e dei uma grande mordida, caramba, está delicioso, estou faminta e nem ao menos me toquei disso.
Acabei com a minha cerveja e Liam rapidamente me passou outra, agradeci com um aceno de cabeça e novamente toquei minha garrafa na dele.

— Aonde você estava, babaca? — berrou Zayn, provocando Louis que se sentara na minha frente.
— Estava tomando banho — falou suavemente, pegando uma toalha e secando os cabelos. — Me passa um, Lia? — pediu e Lia sorriu.
— Claro, Sr. Harper — disse ela e lhe jogou um sanduíche de frango com maionese.
— Obrigado — sussurrou ele, ocupado em desembalar seu lanche.

Tentei me concentrar em comer o resto do meu lanche, mas me perdi em pensamentos enquanto o encarava, mas que merda, por que ele fizera aquilo? Por que ele teve de me confundir dessa forma? Não que agora eu esteja pensando em cancelar o noivado e correr pros braços de Louis, mas por ter me lembrando de que existem outros homens no mundo além de Justin.
O problema é que desde que conheci o Jus eu não me interessava por mais nenhum homem, esse é o ponto, eu não me interessava, então por que eu acho que senti alguma coisa quando ele me beijou? Puta merda, como estou confusa.

— Ei, acorde — murmurou Liam, balançando a mão na minha frente, ri e segurei sua mão, impedindo-o de continuar agitando-a.
— Estou acordada — garanti.
— Não parece, mais uma cerveja? — ofereceu, esticando a mão com outra budweiser.
— Claro, mais uma — aceitei de bom grado, ele riu, contente por estar conseguindo me embebedar.
— Acho que um banho gelado vai te manter sóbria, sabe... — brincou, arqueando uma sobrancelha.
— Eu estou s-sóbria, okay, Sr. Harper — gaguejei, ele gargalhou alto.




Hey girls,
como estão?
Novamente não tenho nada pra dizer kkkk
 Apenas obrigada pelos comentários e
Comentem mais pra mim, por favor.
Kisses, amo vocês <33


domingo, 23 de novembro de 2014

"Tempo nunca foi a minha praia
Agora eu tenho tudo, exceto você
Você saiu do meu coração, ainda sinto a ferida
Eu daria tudo para estar ao seu lado..."
- Oh, Cecilia (The Vamps)



Me levantei sem fazer barulho e subi as escadas até o quarto de hospedes, uma luz azul estava acesa no meu celular, indicando alguma notificação, peguei-o e rapidamente desbloqueei a tela, encontrei três ligações perdidas e dois e-mails, todos do Justin.

                                                                         

De: Justin Clay
Para: Anna Walker
Assunto: E a viagem?

Ei, amor,
Espero que tenha feito uma boa viagem, como foi?
Ansioso para vê-la no domingo.
Te amo,
J.C.

                                                                         


De: Justin Clay
Para: Anna Walker
Assunto: Tá tudo bem?

Anna? Por que não me atende?
Você chegou? Tá viva? Me dê uma luz, pelo amor de Deus.
De seu noivo furioso e muito preocupado,
J.C.


Ainda colocando os pensamentos em ordem, digitei uma reposta para ele, que deve estar surtando por eu não ter respondido, ou atendido.
Já até sei o quanto ele deve estar bravo, vou ouvir até o próximo milênio.

                                                                         

De: Anna Walker
Para: Justin Clay
Assunto: Mantenha seus preciosos fios de cabelo no lugar...

... eu estou bem, só esqueci o celular no quarto, não se descabele ainda, quero te ver no domingo e encontrar esses fios na sua cabeça, tudo bem?!!
Desculpe, fui muito irresponsável por não te ligar, nem avisar que cheguei bem.
Espero que me perdoe.
Como foi seu dia?
Com todo amor do mundo,
Sua Anna.


Respirei fundo e deixe o celular em cima da cama, peguei uma toalha e segui para o banheiro, a fim de tomar um banho e me despertar mais um pouco.
Depois do banho chequei meu celular, mas Jus ainda não respondeu, então procurei uma roupa na mala e me vesti, só então meu celular apitou, avisando a chegada de um e-mail.

                                                                         

De: Justin Clay
Para: Anna Walker
Assunto: Okay.

Tudo bem, estou indo para uma reunião agora.
Te ligo quando acabar e, por favor, atenda.
J.C.


Ah, merda! Ele está muito bravo, e tão seco, tenho vontade de voltar voando para casa e fazê-lo relaxar um pouco, para que não me trate com tanta frieza.
Guardei o celular no bolso traseiro do meu short e puxei meu cardigã, a frieza de suas palavras me deixa tensa e, o pior de tudo, me dá medo, tanto que todos os ossos do meu corpo estão tremendo, mas temo não ser de frio.
Desci as escadas e, cabisbaixa, me encaminhei para a cozinha, onde encontrei Liam preparando café.

— Ei, bom dia — cumprimenta ele, alegre e simpático. — Você adora cardigãs, não é?
— Sim, minha peça de roupa preferida, esquenta e ainda dá certo estilo — murmuro forçando um sorriso, ele percebe a minha apreensão e rapidamente sua feição fica séria.
— Tá tudo bem? — pergunta ele, todo preocupado.
— Não, claro, tá sim, é só que... — respiro fundo, tentando colocar meus pensamentos em ordem e forço mais um sorriso. — O Jus, eu ainda não falei com ele desde ontem, é só saudade.
— Ah, entendo — concorda ele, mas não parece convencido. — Café?
— Claro, por favor — aceito rapidamente, agarrando essa mudança de assunto como uma tábua de salvação.

Liam andou pela cozinha e pegou duas canecas roxas no armário de copos, ele encheu as duas com café preto e me entregou uma delas, em seguida colocou um pote de açúcar em cima da mesa, junto com um vidro de adoçante, uma colher e uma jarra de leite, completei meu café com um pouco de leite e adoçante, em seguida mexi bastante, enquanto pensava distraidamente.
Liam se sentou ao meu lado e bebeu um longo gole de café, em silêncio ele estudou meu rosto, quando levantei meus olhos para encará-lo ele sorriu inocentemente, me fazendo rir.

— Tudo bem, eu sei que não é só saudade, mas eu vou respeitar sua privacidade — murmura ele, com um ar sábio, o que me fez rir mais ainda.
— Obrigada, acho que só preciso de um tempo — sussurro, tentando controlar meu inapropriado ataque de risos.
— Tudo bem, aqui você pode se perder e ter o tempo que quiser, ninguém vai te achar, vai por mim, falo por experiência própria, já cheguei a ficar escondido por 12 horas e ninguém me achou — conta ele e eu rio mais um pouco, quase deixando o café com leite escapulir pelo meu nariz, Liam gargalhou alto e me passou um guardanapo.
— Obrigada — murmuro envergonhada, ele ri novamente.
— Sem problemas, isso acontece direto comigo.

Ficamos em silêncio por um longo tempo, apenas bebericando o café, quando meu celular começou a vibrar, ambos quase pulamos de susto, rapidamente peguei meu celular e olhei o visor, Justin Ligando, vi a hora e me assustei ao perceber que já se passou mais de 1 hora desde que lhe enviei um e-mail.
Atendi a ligação e pousei a caneca na mesa, Jus suspirou e eu pude visualizar ele passando a mão pelos cabelos, essa lembrança me fez sorrir.

— Ei — sussurrei docemente, pude ouvir sua risada.
— Oi — respondeu ele. — Como está?
— Bem... Melhor agora, e você? — perguntei, brincando com os fios do meu cardigã.
— Mais tranquilo, como se o peso do céu tivesse saído dos meus ombros — sussurrou ele.
— Ah, não, por favor, Atlas¹, não se atreva a quebrar a coluna, preciso de você inteiro — brinquei, ele riu, uma risada curta mas reconfortante.
— Vou ficar inteiro, mas não me deixe tão preocupado assim novamente, estou furioso — falou severo, me encolhi visivelmente com suas duras palavras.
— Eu sei, me desculpe, eu devia ter ligado — sussurrei e vi Liam arquear uma sobrancelha.
— Sim, devia, mas tudo bem — murmurou ele, soltei um suspiro aliviado e ele riu.
— Sinto sua falta! — murmurei exasperada, com raiva da distância entre nós dois.
— Eu também sinto a sua, mas isso é culpa sua, não se esqueça disso — provocou ele.
— Ah, cale a boca, bobão — resmunguei, fazendo-o rir mais ainda.
— Nos vemos amanhã, tenho outra reunião agora, dia cheio — falou ele, em um tom cansado.
— Tudo bem, tenha um bom dia, querido, eu amo você.
— Eu também amo você, comporte-se, eu ligo à noite.
— Vou esperar — garanti e quase pude sentir o seu sorriso magnífico.
— Amo você, tchau! — gritou ele e então desligou.

Encaro meu telefone e vejo o reflexo de uma retardada rindo feito uma idiota, talvez esse seja o efeito do amor, não! Esse é o efeito Justin Clay, só ele é capaz de deixar alguém tão zonza e boba assim, e ele é meu.
Levanto meu olhar e encontro Liam sorrindo, ele parece querer dizer algo para me provocar, mas sabiamente deixa a boca fechada, se limitando a dizer:

— Uau!
— O que foi? — perguntei, reprimindo uma risada.
— Você tá apaixonada mesmo — murmurou, como se isso não fosse óbvio.
— Achou que era só por causa do dinheiro? — provoquei arrogantemente, ele riu e negou com a cabeça.
— Não, claro que não, só não imaginei que veria o Justin com alguém que realmente goste dele, ele sempre foi tão... Fechado emocionalmente, e agora toda vez que o vejo eu sempre presencio o bendito brilho no olhar e o sorriso besta que ele esboça quando menciona você. Você o pegou de jeito — falou Liam, sorrindo delicadamente e levantando o polegar.
— Ao contrário, meu querido, foi ele quem me pegou de jeito — corrigi e me levantei, Liam riu e abaixa a cabeça, batendo-a na mesa.
— Sim, claro, isso também — concordou ele.

Saindo da cozinha eu tenho um pequeno vislumbre de Louis se levantando do chão, com a cara toda amassada e fofa, ele me viu rir e acenou distraído, coçando os olhos.

— Vamos correr? — perguntou ele, se encaminhando para as escadas.
— Correr? — perguntei intrigada.
— É, na floresta, correr pelas trilhas, curtir o ar livre, essas coisas — murmurou ele, subindo os degraus de costas, olhando para mim.
— Ah.. Claro, por que não?! — concordei e ele sorriu.
— Ótimo, vou me arrumar, já volto.

Louis correu escada à cima e eu segui para a sala, me sentei no sofá, onde há pouco Liam estava dormindo com Sara, e ela acordou, depois de resmungar algumas palavras sem nexo ela bufou e se sentou, os cabelos estavam bagunçados e só Deus para desembaraçar aquele ninho de rato, os olhos estavam levemente inchados e com uma remela no canto, ri da cara de zumbi e ela me deu um tapa forte demais.

— Que cara é essa? — guinchou ela, apertando meu nariz com o dedo fino dela.
— Que cara? — perguntei olhando para seu dedo no meu nariz e ficando vesga, ela riu debilmente.
— Você está radiante, suas bochechas estão até mais rosadas — provocou ela, enfiando o dedo na minha bochecha.
— Esse é o efeito Justin — murmurei docemente, pestanejei para ela e ela revirou os olhos.
— Seu noivo tem um efeito muito positivo em você — falou ela, em um tom brincalhão, quase zombeteiro.
— Falem mais baixo, ou vão acordar os pombinhos aí —sussurrou Liam, apontando para Zayn e Bexxa, e Lia e Niall.
— São quase 8 horas, já passa da hora deles acordarem — bufou Sara, Liam riu mas continuou andando na ponta dos pés.
— Deixem eles em paz, por que não vamos lá fora um pouco? O dia está lindo — tentou Liam, mas Sara dispensou e foi para o quarto, eu decidi acompanhá-lo.
— Então, o que planejam pra hoje? — perguntei, o seguindo até o jardim da frente.
— Ainda não sei, vamos esperar os rapazes acordarem, então decidimos — respondeu ele, jogando um pedaço de muffin de blueberry na boca. — Quer? — me ofereceu.
— Não, obrigada... O Louis já acordou — murmurei pensativa, chutando a grama verde.
— Já? O que ele disse? — perguntou, chutando um montinho de areia próximo.
— Me convidou para correr — murmurei indiferente,
— Ele gosta de correr pelas trilhas da floresta de manhã, é a melhor hora do dia pra correr, mas eu prefiro no fim da tarde, é a hora mais fresca do dia — contou ele, distraído.
— Aqui é muito bonito — sussurrei, olhando a floresta logo em frente, basta atravessar a rua de terra e a floresta está logo ali.
— Sim, adoramos esse lugar, por isso moramos aqui na maior parte do tempo, vamos para Londres só quando precisamos trabalhar — confessou ele, com um meio sorriso divertido dançando nos lábios.
— Os pais de vocês não ligam? — perguntei em um tom provocativo, ele riu.
— Tá brincando? Eles dão graças a Deus todos os dias desde que saímos de casa — murmurou ele, divertido. — E os seus pais? Não ligam de você se casar com um cara que só conhece há 3 meses?
— Conheço ele há quase 7 meses — corrigi-o docemente, ele ri. — E não, eles não ligam, francamente, desde que meu tio faleceu eles não ligam pra muita coisa, meu tio era muito especial para nós e... Bom, foi um choque e... Eles ainda estão de luto, então eles não ligam muito para o que eu faço — confesso sinceramente, Liam fica boquiaberto com a minha confissão, mas logo se recompõe.
— Nossa, eu sinto muito, eu... Paul Walker, eu admirava demais ele, eu sinto muito — gaguejou ele, todo envergonhado.
— Vamos mudar de assunto? — perguntei docemente, tentando conversar sobre algo menos doloroso.
— Claro, com certeza — concordou ele, voltando a olhar para o montinho de terra sob seus pés.

Depois de uns 5 minutos de conversa fiada, Louis apareceu, ele estava vestindo uma calça de moletom cinza e uma camiseta surrada, que deixa seus braços e parte das costas torneadas à mostra, ele não é muito musculoso, mas tem um físico bem bonito, ele tinha uma toalha de rosto em volta do pescoço e os cabelos estavam bagunçados e molhados, estava sexy.

— Vamos? — convidou ele, sorrindo largamente.
— Claro, vamos sim — concordei e Liam ergueu o olhar.
— Quer deixar o cardigã? Você vai suar — ofereceu Liam.
— Não, tô bem, vou convencer o Louis a caminhar — sussurrei um pouco alto demais, para provocar Louis, ele riu.
— Não conte com isso — brincou Louis.

Louis começou a correr, ele atravessou a rua a pegou uma trilha pelo meio das árvores, acenei rapidamente para Liam e corri atrás dele.
Louis diminuiu o passo e correu devagar até que eu estivesse ao seu lado, aproveitando que ele diminuiu o ritmo eu tirei meu cardigã e o amarrei na cintura, ele sorriu todo arrogante e jogou a toalha para mim, a agarrei antes que caísse no chão.

— Devia ter deixado com o Liam — falou ele.
— Ah, não me diga — ironizei, ele gargalhou.
— Você não é uma pessoal muito matinal, é? — brincou ele.
— Tá brincando? Eu sou muito matinal, acontece que não é todo dia que eu saio correndo feito uma louca pela floresta com um maluco do meu lado, não podemos caminhar? É melhor — tentei persuadi-lo, mas só consegui fazer ele rir.
— Desista, mocinha, vamos correr, talvez na volta caminhar seja uma opção — cantarolou ele, se divertindo com a minha irritação.
— Então podemos correr até uma cafeteria? Estou a fim de um frappuccino agora, com bastante espuma e biscoitos com gotas de chocolate — murmurei quase choramingando.
— Ei, vamos correr, quem sabe depois eu te pague um frappuccino, mas vou logo avisando que a cafeteria daqui não tem nada de Starbucks — provocou ele.
— Não que eu odeie Starbucks... — falei em um tom conspiratório, ele riu. — Não tenho nada contra, o café de lá é fantástico, mas prefiro cafeterias mais descontraídas, menos públicas e mais acolhedoras.
— Eu também! — exclamou ele, levemente surpreso. — O que mais temos em comum? Além de gostar de filmes de terror, de céus estrelados, por-do-sol, cafeterias rústicas e tal... — falou ele, deixando a frase inacabada.
— Acho que temos em comum a mesma afinidade por manhãs gloriosas em uma floresta e corridas sufocantes. Um tempo por favor — implorei parando de correr e me curvando para segurar os joelhos, a fim de deixar o ar deslizar para meus pulmões.

Louis gargalhou e parou de correr, ele voltou até onde eu parei e colocou as mãos na cintura, respirando ofegante.
Enxuguei o suor do meu rosto e ele estendeu a mão, pedindo a toalha, joguei a toalha para ele, que parou de rir tempo o suficiente para respirar fundo.

— Sarcasmo é o pior tipo de humor, sabia disso? — provocou ele, com um tom divertido.
— Não foi sarcasmo, sou apaixonada por manhãs lindas como essa, assim como sou apaixonada por ar puro, árvores, floresta e tudo mais — esclareci, recuperando o fôlego lentamente. — Só estou meio enferrujada, faz tempo que não corro, culpe o Justin por isso, desde que fui morar com ele que não visito mais o Hyde Park pela manhã, sinto falta disso — murmurei com uma voz nostálgica.
— Parece que temos pensamentos afins, em relação a natureza — falou ele, levemente impressionado com isso.
— Sim, parece — concordei, me esticando e respirando fundo uma última vez, ele sorriu de forma angelical e eu não consegui deixar de espelhar o seu sorriso.
— Vamos, mais 10 minutos e atravessamos a floresta, então posso te pagar um frappuccino — chamou ele, jogando a toalha no ombro.
— Sim, vamos.

Louis continuou me olhando de uma forma intensa e constrangedora, então, para fugir desse momento embaraçoso, eu comecei a correr, deixando-o para trás, ele reclamou mas riu enquanto tentava me alcançar.
Dez minutos mais tarde nós chegamos ao final da trilha e eu pude ver um mercado, uma cafeteria bem simples, uma loja de roupas e uma simples ruela que abre lugar para várias lojas e mercearias; é um centro pequeno mas muito aconchegante, às vezes eu queria que Londres fosse pequena, mas acho que não se pode mudar Londres, seria quase um pecado mudar uma cidade tão linda.
Louis secou o rosto e jogou a toalha para mim, tentei me recompor da corrida e prendi o cabelo em um rabo de cavalo, sequei meu rosto e desamarrei meu cardigã da cintura, vesti-o e então já estava mais apresentável, Louis riu enquanto me assistia tentar ficar apresentável.
Joguei a toalha de volta para ele e ele a pendurou no pescoço, segurando as pontas, então caminhamos lentamento até a rústica cafeteira.
Assim que Louis abriu a porta e me deixou entrar eu já me apaixonei pelo lugar, é simples e aconchegante, o tipo de lugar no qual eu perderia um dia inteiro dentro.
Escolhi uma mesa de dois lugares junto à janela, uma janela grande e com vista para a ruela da cidade, Louis se sentou na minha frente e olhou pela janela, assim como eu, quando voltou a me olhar ele tinha um sorriso largo nos lábios.

— Um frappuccino e biscoitos com gotas de chocolate, vou buscar — falou ele e se levantou.
— Obrigada — sussurrei quando ele já estava indo em direção ao balcão.

Louis retornou logo com uma pequena bandeja, dentro dela tinha um prato com alguns biscoitos, duas xícaras — uma de café preto e uma de frappuccino —, dois cupcakes e um açucareiro; ele colocou a bandeja em cima da mesa e se sentou novamente, com o mesmo sorriso largo e encantador com que saiu.

— Trouxe cupcake, você tem que provar, são os melhores de todo o Reino Unido — falou ele, todo animado.


                                                     

¹- Atlas foi um dos Titãs da mitologia Grega. Depois dos Titãs serem destronados pelos filhos de Cronos, Atlas foi resignado a segurar o peso do céu sobre suas costas, para que este não colidisse com a Terra.



Hey girls,
espero que estejam todas bem.
Muito obrigada por todos os coments, adorei.
Não tenho nenhum recado, então...
Comentem pra mim, amo vcs <3


Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

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